Deputado eleito, Binho Galinha nega ter mudado de poleiro

Os primeiros dias deste segundo turno da eleição estadual já repercutem em Feira de Santana. A surpreendente vantagem de Jerônimo Rodrigues (PT) em relação a ACM Neto (União Brasil), que liderava as principais pesquisas, se tornou motivo de preocupação para os aliados e motivação para os oposicionistas, movimentando peças importantes do tabuleiro político.

É o caso de Binho Galinha, por exemplo, que foi eleito para o seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa da Bahia, com 49.834 votos, pelo Patriota. Não demorou muito para posar ao lado do candidato petista, oficializando apoio nesta reta final.

Apesar de ter percorrido, durante a campanha, ao lado de alguns apoiadores de ACM Neto, com destaque ao ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, e da sua sigla ter apoiado João Roma, o deputado estadual, que será um dos quatro representantes do município a partir do ano que vem, alega neutralidade no primeiro turno.

Através de nota, a assessoria de Binho Galinha explica que a adesão à base petista se deu por uma orientação do partido e que, se antecipando às eleições municipais de 2024, em Milagres, sua cidade natal, preferiu caminhar neste sentido, já que o seu adversário político está ao lado do carlista.

Confira a nota na íntegra:

O deputado eleito Binho Galinha (Patriotas), atendendo a um pedido do partido, declarou apoio, na última quarta-feira, à candidatura de Jerônimo (PT) ao governo do Estado. É bom ficar claro que, Binho não pulou de lado, porque durante à campanha de deputado, na qual logrou êxito na eleição de 2 de outubro, ele não fez campanha para qualquer dos quatro candidatos e, de nenhum deles, recebeu qualquer tipo de suporte e/ou acompanhamento político. Os três principais fizeram entre duas e 3 carreatas, em Feira de Santana, mas Binho não participou de nenhuma delas. Também, durante suas caminhadas e carreatas, nenhum dos 4 candidatos a governador, lá estiveram. Liberto, portanto, acompanhou ao pedido do partido e observando, também, o tabuleiro político onde pretende acompanhar de perto na cidade de Milagres, encontrou esse que julga ser o melhor caminho, o apoio a Jerônimo, uma vez que o maior concorrente político dele naquela cidade é apoiado por ACM Neto.

Sem Zé Ronaldo na disputa, Lulinha diz que seria candidato a prefeito de Feira

Sem a candidatura do ex-prefeito José Ronaldo, que supostamente não demonstra interesse em voltar a concorrer no pleito de 2024, o líder da base governista na Câmara Municipal de Feira de Santana, vereador Lulinha (UB), cogita candidatar-se ao cargo de prefeito nas próximas eleições municipais. A declaração foi dada pelo parlamentar na sessão desta quarta-feira (05), após ser questionado sobre a pretensão de se tornar um gestor municipal. “Todo político pensa em ajudar e defender a sua cidade. Eu tenho cinco mandatos de vereador, por que não sair, no futuro, como candidato?”.

Candidato a deputado estadual nas Eleições 2022, Lulinha agradeceu a confiança de eleitores da zona rural feirense que lhe destinaram votos. Segundo ele, foram cerca de 700 votos em Jaíba, 500 em Ipuaçu, 400 na Matinha e 300 em Tiquaruçu. Apesar de não ter conseguido se eleger, ele reforçou o seu compromisso como vereador, atento às demandas das comunidades e disposto a buscar melhorias para Feira de Santana.

Um dos nove mais votados e não reeleito, vereador defende mudanças na legislação

Mesmo tendo obtido 3.920 votos, representando a 9ª maior votação entre os mais de 600 candidatos, o vereador Lulinha (DEM) não conquistou a reeleição para a próxima legislatura, no período 2021-2024, que se inicia em 1º de janeiro. Em pronunciamento na Câmara, ele  disse que o fim das coligações partidárias para a eleição proporcional traz um prejuízo a candidatos bem votados, como foi o seu caso neste último pleito. Faz um apelo a deputados e senadores para que sejam revistos os critérios. “Não perdi a eleição por falta de votos, mas porque o meu partido, sozinho, não conseguiu obter uma quantidade  de votos para eleger mais vereadores”. Defende que sejam eleitos os os mais votados, independente de quais partidos representem os candidatos. Aprovada em 2017 pelo Congresso Nacional, a emenda que veda as coligações partidárias nas eleições proporcionais determina que os candidatos a vereador concorram pela própria legenda e não como membros de uma aliança. Desta forma,  não é mais possível fazer a transferências de votos de um partido para outro. “Acho que é uma experiência que não deu certo”, opina Lulinha, para quem a reforma eleitoral é prejudicial principalmente aos vereadores que tem  mandato e lutam para mantê-lo por mais uma legislatura. No caso de Feira de Santana, a renovação atingiu cerca de 70% dos vereadores – apenas oito lograram êxito em sua tentativa de reeleição.