Mostra Sesc de Artes chega em Feira de Santana com diversos espetáculos

Na abertura da Mostra, dia 15/5 (quinta-feira), o grupo baiano Dimenti convida o público para a Oficina “Biblioteca de Dança”, onde irá compartilhar os princípios de criação da sua obra homônima. A partir de memórias compartilhadas, serão elaboradas cenas curtas compostas por narrações e movimentos, entre outros recursos. A atividade acontece das 13h às 17h, com classificação de 16 anos. No mesmo dia, às 19h, o grupo Ozinformais (AL) apresenta o espetáculo “Umbigo”, mergulhando nas influências do Toré – prática sagrada dos povos indígenas – e na potência do coco de roda alagoano. A classificação é livre e os ingressos custam R$10 e R$ 5.
No dia seguinte, Ozinformais oferece uma Oficina de Coco de Roda e suas variações, de 9h às 13h, dividida em 2 partes: a primeira ministrada pelo bailarino Jal Oliveira, com foco nos movimentos de cada participante, buscando a consciência necessária para o aprendizado da dança; e a segunda ministrada pelo bailarino Marcos Topete, focada no sapateado Trupé. No turno da tarde, de 15h às 17h, o público poderá assistir “Biblioteca de Dança”, espetáculo do grupo Dimenti no qual os artistas transformam seus corpos em “livros vivos” por algumas horas, para compartilhar com o público memórias ligadas a danças que marcaram suas vidas.
Encerrando o segundo dia da Mostra, a cantora e compositora feirense Maria Struduth traz para o palco do Centro Cultural Sesc um show em homenagem à cultura popular, com um repertório vibrante que celebra a rica cultura regional. Com influências de samba, forró, reggae e o samba de coco, Maria interpretará alguns clássicos imortalizados da música popular brasileira nordestina, banhada pelas águas do recôncavo até as raízes dos terreiros de samba. Os ingressos custam R$5 e R$2,50.
No sábado, dia 17/5, às 16h, o público infantil irá se divertir com “Saudades, João”, um espetáculo teatral infanto-juvenil em homenagem à cultura nordestina. O protagonista João, de 12 anos, é transportado para um reino em que o São João foi proibido. O espetáculo mescla música, cultura nordestina e temáticas socialmente relevantes de forma lúdica. A exposição “Recortes de Feira de Santana”, do artista Antonio Novaes, ficará em exibição durante todos os dias da Mostra no Foyer do Centro Cultural Sesc Feira de Santana, de 9h às 17h, com visitação gratuita.
A linguagem cinematográfica também marca presença na Aldeia Olhos D’Água. No dia 22/5 haverá duas sessões do documentário “É d’Oxum: a força que mora n’água”: a primeira, às 9h30 e, a segunda, às 14h30. O filme apresenta a criação de uma das obras musicais que melhor traduz o sentimento de pertencimento identitário soteropolitano e baiano. Em cada verso da canção “É D’Oxum”, a relação entre a natureza e o candomblé se manifesta em aspectos culturais e simbólicos do jeito de ser baiano, presentes na memória afetiva do povo, seus festejos e crenças. A exibição é gratuita e tem classificação livre. No mesmo dia, às 10h e às 15h, o artista Zé das Congas apresenta a performance interativa “A repercussão do som”. A atividade reúne instrumentos percussivos criados pelo luthier em seu ateliê e por alunos de projetos desenvolvidos por ele. Durante a performance, Zé das Congas convida o público a tocar os instrumentos e acompanhar detalhes de seu processo de fabricação.
Em meio aos ritmos populares, no dia 23/5, às 18h30, é a vez do grupo feminino Yayá Massemba apresentar o show “De umbigo a umbigo”, que reúne canções autorais, releituras do samba de roda, samba chula e clássicos do samba da Bahia. E no sábado (24/5), às 17h, tem ainda o Sarau Palavra do Povo. Inspirado no poema ‘Poetas Populares’, de Antônio Vieira e apresentado pelo comunicador e escritor Lucas de Matos, a atividade tem configuração de microfone aberto, onde poetas presentes podem também compartilhar seus textos, improvisos, cordéis e leituras. Nesta arena, todas as declamações são bem-vindas e a palavra do povo é soberana. Também no dia 24/5, o público maior de 14 anos poderá assistir ao espetáculo teatral “Cúmplices: Transgressões de um Ricardo III”, uma desconstrução poética da tragédia shakespeariana transposta para a atualidade. Trata-se de uma denúncia das artimanhas que o poder utiliza para se impor, um alerta aos riscos da cumplicidade com certos radicalismos. Um espetáculo onde o público deve permitir sentir-se como parte integrante da criação teatral, que pretende inquietar a relação entre espectador e ator e refletir sobre a arte e o teatro como objeto de celebração coletiva.