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Foguetinhos Velamados / 05 de maio de 2025 - 02h 07m

Foguetinhos Velamados

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O FORASTEIRO  

A Micareta de Feira continua sendo muito mais do que música e alegria — é também um palco político bastante disputado, especialmente por quem já está de olho nas eleições de 2026. Um dos mais animados nos bastidores foi o ex-prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, que não perdeu a chance de tirar uma casquinha da popularidade de José Ronaldo e circular entre os foliões. Com sorrisos, abraços e muita disposição, Elinaldo aproveitou a festa para emplacar seu nome como pré-candidato a deputado federal. Como era de se esperar, Pablo Roberto e Zé Chico torceram o nariz para o visitante.

O NATIVO 

Outro nome que se movimentou politicamente durante a Micareta de Feira foi o do petroleiro e sindicalista Deyvid Bacelar. Tido como um dos conselheiros de confiança do presidente Lula, Bacelar tenta agora ganhar visibilidade em sua terra natal para disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026. Durante a festa, circulou entre os foliões e fez questão de reforçar laços com lideranças locais, sabendo que terá pela frente uma disputa direta com nomes fortes como o do deputado Zé Neto, que também curtiu bastante a Micareta — com direito a passinhos e muita interação.

O SUMIDO

Quem não apareceu na maior Micareta do Brasil foi ACM Neto. Candidato ao governo da Bahia em 2022 pelo União Brasil, o ex-prefeito de Salvador não deu as caras em Feira de Santana — a maior cidade do interior do estado, governada por um dos seus principais aliados, o prefeito José Ronaldo. A ausência chamou atenção nos bastidores políticos e reforça as especulações de que ACM Neto pode não disputar as eleições de 2026. Para alguns, a falta de articulação com eventos populares e estratégicos como a Micareta é mais um sinal de distanciamento do cenário estadual. E na política, quem não aparece… some mesmo.

FEIJÃO DO TETÊ

Voltando para os bastidores da pré-Micareta, a tradicional Feijoada do Tetê — organizada pelo deputado estadual licenciado e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida — mais uma vez se confirmou como um dos eventos mais prestigiados do circuito político Prefeitos, vereadores, deputados e lideranças do PSB marcaram presença, mostrando que, além de boa comida, o evento segue sendo espaço de articulação e diálogo. Quem também apareceu por lá foi o vice-prefeito de Feira, Pablo Roberto. Mesmo em campos políticos opostos, ele e Ângelo mantêm uma relação cordial e de amizade, provando que, na política, às vezes o tempero certo está na convivência civilizada.

ANULAÇÃO SEM DIVULGAÇÃO

No dia 28 de dezembro de 2024, o Blog do Velame denunciou um contrato milionário firmado pela então secretária de Educação Anaci Paim, no valor de R$ 24.863.816,00, com a empresa RMG Tecnologia Ltda, para implementação de programas de soft skills e hard skills nas escolas da rede municipal. Pouco repercutido na época, o contrato gerou questionamentos pela falta de transparência e pelos valores elevados. No entanto, no dia 25 de março de 2025, o prefeito José Ronaldo, com base em parecer da Procuradoria Municipal, anulou oficialmente a aquisição dos materiais. A decisão foi publicada no Diário Oficial, mas não teve divulgação por parte da prefeitura, o que levanta dúvidas sobre a intenção de dar visibilidade a uma medida que, embora correta, expõe fragilidades da gestão anterior.

PROTEÇÃO SEM PANCADA

Apesar de, em sua maioria, a Micareta 2025 ter transcorrido com tranquilidade no circuito, não faltaram os já conhecidos episódios de excesso por parte da Polícia Militar. Vídeos que circulam nas redes mostram policiais agredindo foliões, repetindo cenas lamentáveis que infelizmente não são novidade em festas anteriores. Embora a segurança pública tenha evoluído em vários aspectos, esse tipo de abordagem ainda precisa ser revisto e discutido com seriedade. A folia precisa de proteção, não de pancada.

MICARETA PLANEJADA  

Se por um lado a publicidade da Micareta de Feira 2025 foi elogiada pela qualidade visual e estética das peças, por outro, o curto tempo de divulgação incomodou empresários, artistas e produtores culturais. Muitos alegam que a divulgação tardia atrapalha o planejamento de quem deseja investir ou participar da festa, além de reduzir o potencial de atrair turistas de outras cidades e estados. Há quem defenda que parte das atrações de 2026 já deveria ser anunciada na coletiva de balanço da edição atual, como acontece em eventos de grande porte no Brasil e no mundo. Antecipar as atrações traria benefícios claros pois: aumenta o tempo de exposição da marca Micareta, gerando mais engajamento e expectativa ao longo do ano, facilita a negociação com patrocinadores, que podem planejar campanhas com antecedência e estimula o turismo planejado, atraindo foliões que vêm de fora e movimentam hotéis, bares, restaurantes e comércio local.

PROTESTO NO ZERO HORA

O tradicional Bloco Zero Hora, conhecido por reunir profissionais da comunicação e figuras da política local, voltou a desfilar na Micareta de Feira 2025 — mas não sem polêmica. A mudança da concentração para o Centro de Cultura Amélio Amorim desagradou muitos foliões saudosistas, que defendiam a manutenção da saída tradicional no Bar Ponto do Zequinha, mesmo o local estando fechado. O protesto mais acintoso veio do radialista Jorge Teles, que desfilou com uma placa pendurada no pescoço, deixando claro que, para muitos, o Zero Hora perde parte do charme quando se afasta de suas raízes. Afinal, tradição também é ponto de partida.

HONRA OU ROTINA?

A Câmara Municipal de Feira de Santana aprovou mais dois títulos de Cidadania Feirense: desta vez para a secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, e para o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner. As honrarias foram propostas pelos vereadores petistas Ivamberg Lima e Silvio Dias — o primeiro, professor, homenageando Rowenna; o segundo, policial federal, prestando tributo a Werner. Embora as trajetórias dos homenageados tenham relevância estadual, a enxurrada de títulos concedidos pela Câmara tem levado muitos a questionarem: onde está o critério? O que deveria ser um reconhecimento de vínculo e contribuição real à cidade, muitas vezes se transforma em gesto protocolar ou político, banalizando o que deveria ser uma das maiores honrarias do legislativo feirense. Afinal, não basta passar por Feira, é preciso marcar presença de verdade.


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