Empresário Antonio Dyggs faz desabafo sobre a Micareta de Feira e defende mudança da festa para novembro: ‘Parem com esse medo de mudar as coisas’
A primeira Micareta do país foi pauta da audiência publica que aconteceu nesta quinta-feira (23), na Câmara de Vereadores de Feira de Santana. Na ocasião, artistas, foliões, autoridades e empresários puderam avaliar a edição 2025 e discutir o futuro da folia momesca.
Com mais de duas décadas de experiência na realização da festa, o empresário e produtor cultural Antônio Dyggs celebrou a oportunidade, considerada única, de poder debater a Micareta. Ele defendeu a tradição da folia, mas sobretudo a necessidade de mudanças, com planejamento e profissionalismo.
“Tenho 22 anos pedindo que a gente discuta a Micareta em tempo integral, porque é um evento que não é só uma festa. Estou falando da importância do poder público entender que, quando ele mudar a data, de fato, ele vai usar melhor o dinheiro, ter mais tempo e criar, nas pessoas que consomem e fazem a Micareta, a autoestima de dizer: ‘vou me programar’. Porque se programar é extremamente importante para a gente ter vontade de fazer as coisas. Eu tenho vontade do São João, porque eu já sei que eu tenho que me programar para ele, eu tenho vontade do Ano Novo”, disse.
Na oportunidade, o empresário, que já comandou diversos blocos e camarotes na Micareta de Feira, se mostrou favorável à mudança de data, defendendo que o evento aconteça no mês de novembro, e não mais em abril ou maio, como este ano.
“Sendo bem claro, a mudança da data não é só importante para fugir da chuva não. Ela é importante para criar isso que estamos criando aqui: um novo momento. Uma nova autoestima em relação a todo mundo que participa (…) Com planejamento não atrapalha nada. Parem com esse medo da gente mudar as coisas. Eu quero é que seja em novembro mesmo para o poder público se organizar”, explicou o produtor cultural.
Segundo Dyggs, um dos fatores que atrapalham o sucesso da festa é o saudosismo de tentar recriar edições que marcaram época, sem se atentar que o público muda e também o formato da Micareta. “A gente precisa ter cuidado para não se apegar ao saudosismo e ter medo de fazer as mudanças necessárias, ou achar que a mudança que é importante é aquela que vai trazer de volta a Micareta de 30 anos atrás”, completou.
O empresário recordou, ainda, que a realização no segundo semestre permite uma oxigenação aos cofres do município, que poderia investir mais, e melhor, uma vez que as contratações se dariam com antecedência, favorecendo também aos foliões, por não coincidir em período próximo a outros grandes eventos, como o Carnaval e o São João.
