Comerciantes do Anel de Contorno clamam reunião com o DNIT após ordem de desocupação

Após mais de dez dias do prazo de desocupação estabelecido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), os comerciantes que atuam nas proximidades do Anel de Contorno de Feira de Santana seguem trabalhando no local, mas a preocupação com a possível perda dos espaços é constante.
Muitos deles estão na região da avenida Eduardo Fróes da Motta há anos, tirando dos estabelecimentos o sustento para as famílias. Diante da ordem para deixarem os pontos, os proprietários dos estabelecimentos agora reivindicam um diálogo com representantes do DNIT.
O órgão explica que, muitos destes imóveis estão em faixa de domínio da União, motivo pelo qual a ocupação é considerada irregular, não cabendo indenização. Ainda segundo o DNIT, a etapa de desocupação representa 30% do projeto total. Durante sessão na Câmara de Vereadores, o vereador Ron do Povo (PP) levou a queixa dos comerciantes.
O parlamentar explicou que muitos estão sendo deslocados, “sem qualquer tipo de garantia de amparo do poder público”, com o prazo de 30 dias para a saída. “Nada foi discutido a respeito de questões como identificação de uma nova área para trabalharem ou repasse de alguma indenização”, reclamou o parlamentar, cobrando intermediação de alguma autoridade municipal, estadual ou federal no impasse.
A maior queixa, observa Ron, é que, após a entrega das notificações, o órgão passou a não responder as tentativas de contato do pessoal. Para evitar que fiquem sem trabalhar, uma das alternativas é dialogar em torno da possibilidade de identificar outra área. Neste sentido, ele conclama a sensibilização de autoridades como o prefeito José Ronaldo (que já agendou reunião) e o deputado federal Zé Neto (ainda sem resposta).
“Os comerciantes estão desesperados, pois precisam ter meios para trabalhar, sustentar a família e pagar suas contas”, insistiu. Só um dos comerciantes, ressaltou o vereador, conta com 14 funcionários atuando na atividade comercial.
A retirada do pessoal do local às pressas, sem um planejamento prévio, também foi criticada por Luiz da Feira (PP). Ele garantiu que tentará mobilizar uma intervenção de Zé Neto no sentido do diálogo com o DNIT. “Sei que receber em cima da hora este tipo de notificação é um baque. Mas, levarei esta questão ao deputado. Vamos tentar verificar o que pode ser feito para resolver a situação”, afirmou.