Defesa de Binho Galinha diz que prisão é ilegal e alega perseguição

O deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (Avante), está preso desde a última sexta-feira (3), quando se apresentou ao Ministério Público em Feira de Santana. A prisão preventiva foi decretada no âmbito da Operação Estado Anômico, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga a atuação de uma suposta organização criminosa comandada pelo parlamentar.
A ofensiva policial também resultou na prisão da esposa do deputado, Mayana Cerqueira da Silva, do filho, João Guilherme, e de quatro policiais militares que atuavam como seguranças pessoais. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 9 milhões em bens ligados ao esquema.
Nota da defesa
Em nota pública, a defesa de Binho Galinha negou que ele estivesse foragido e sustentou que a prisão é “manifestamente nula”. Segundo os advogados, mesmo com o mandado expedido em agosto, o parlamentar compareceu voluntariamente ao fórum em duas ocasiões no fim de setembro, o que demonstraria sua disposição em colaborar com a Justiça.
A defesa também questiona a competência da decisão judicial, alegando que apenas a 2ª Vara Criminal de Feira de Santana poderia conduzir o processo, conforme a Lei de Organização Judiciária. “A autoridade que decretou a prisão era absolutamente incompetente para julgar o caso”, diz o texto.
Outro ponto rebatido é a abertura de um novo inquérito, considerada pelos advogados como um “artifício” que apenas reforça a ausência de provas e a fragilidade das acusações. “As narrativas não resistem a qualquer exame cuidadoso”, afirma a nota.
O documento ainda destaca que o deputado e seus familiares reafirmam a inocência e não irão se curvar ao que classificam como perseguição. Os advogados afirmam que todas as medidas cabíveis serão adotadas para restabelecer a legalidade e responsabilizar eventuais abusos cometidos ao longo da investigação.
Por fim, a defesa reforça confiança em uma Justiça “técnica e imparcial, que julgue as pessoas em razão dos fatos e não de narrativas”.