Durante audiência pública, especialistas destacam potencial de Feira de Santana para receber nova universidade federal
A possível instalação de uma nova Universidade Federal em Feira foi debatida na manhã desta segunda-feira (24), no Centro de Convenções, durante uma audiência pública realizada após a aprovação de dois requerimentos. Um deles foi apresentado pelo vereador Professor Ivamberg (PT) na Câmara Municipal, e o outro foi apresentado pelo deputado estadual Robinson Almeida (PT), na Assembleia Legislativa da Bahia. Ambos os documentos foram aprovados pelos parlamentares de cada Casa.
As professoras doutoras Luciana Maciel e Jessica Souza Ribeiro, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, conduziram a discussão e apresentaram dados que reforçam o impacto da criação de uma nova instituição de ensino superior na região. Luciana Maciel destacou que os territórios Portal do Sertão, Sisal e Bacia do Jacuípe, juntos, reúnem quase dois milhões de habitantes e representam um contingente expressivo de jovens que ainda não têm acesso ao ensino superior.
A professora explicou que a Bahia tem cerca de 1,5 milhão de jovens entre 17 e 24 anos, público diretamente atingido pela medida. Para ela, retardar a implantação de uma nova universidade pode significar perder a oportunidade de transformar uma geração inteira. Luciana citou índices de escolaridade superior na região: Feira de Santana tem 14,41% da população com nível superior completo, Serrinha tem 8,97%, Capim Grosso tem 7,63% e Ipecaetá tem 3,23%.
Jessica Souza Ribeiro afirmou que a expansão da educação superior não representa apenas abertura de cursos, mas transformação social. Ela defendeu um modelo de universidade pública capaz de qualificar profissionais para setores estratégicos, movimentar a economia regional e gerar inovação, inclusão produtiva e sustentabilidade.
Ao responder por que Feira de Santana é apontada como sede ideal, Luciana Maciel afirmou que a cidade já exerce forte influência regional. Ela destacou que Feira é maior do que oito capitais brasileiras, além de ser o maior entroncamento rodoviário do Norte-Nordeste e um polo consolidado de indústria, comércio, logística, cultura e educação. Para ela, falta oportunidade, não capacidade, e a universidade deve responder às necessidades do território.
A mesa da audiência contou com a presença do deputado federal Zé Neto; do presidente do Instituto Pensar Feira, Edson Piaggio; do professor Josué Melo; de Elisio Santana Cruz, do Movimento em Defesa da Democracia; do representante da União Nacional dos Estudantes, Ângelo Teixeira; do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Juscelino Brito; da reitora da UFRB, Georgina Gonçalves; e do secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lobo, que representou o prefeito José Ronaldo.