Manifestantes realizam protesto na Câmara, defendendo a recondução da delegada Clécia Vasconcelos à DEAM de Feira
A exoneração da delegada Clécia Vasconcelos, então titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Feira de Santana foi a principal pauta na Câmara de Vereadores, durante a sessão desta terça-feira (27).
A decisão, publicada no Diário Oficial do Estado, segue provocando fortes reações por parte das mulheres, que veem um retrocesso na luta contra a violência. Um grupo numeroso se dirigiu à Casa da Cidadania, protestando contra a saída da delegada.
Com apitos, cartaz e palavras de ordem, as mulheres foram recebidas pelo presidente Marcos Lima (União Brasil), que suspendeu a sessão para que as manifestantes pudessem ser ouvidas no plenário.
“Nós recebemos essa exoneração com muita tristeza, logo após a inauguração da nova DEAM. Ela (Clécia) está sendo retirada de forma violenta. É uma mulher que representa o nosso município, que tem uma aproximação com todas as mulheres, e realiza um trabalho de excelência, um trabalho consolidado”, afirmou a representante da União Brasileira de Mulheres.
Ainda no sábado, Clécia foi nomeada para assumir da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) no lugar de Danielle Lima Matias dos Santos, deixando o posto após dez anos.
A notícia da transferência da delegada Clécia Vasconcelos foi recebida com surpresa e consternação também por parte dos parlamentares. É o caso, por exemplo, do vereador de oposição Ivamberg (PT), que defendeu o retorno ao cargo.
“Doutora Clécia faz um trabalho excepcional aqui em Feira de Santana. Me pegou também de surpresa esta exoneração no fim de semana. Acho que o trabalho que ela vem fazendo não deveria ser interrompido. Na minha opinião, ela deveria retornar realmente ao cargo. A DEAM está com uma sede nova, que ela lutou para isso”, opinou o edil.
Em entrevista ao Blog do Velame, o petista afirmou não ter conhecimento das motivações, evitando afirmar que a saída teria um cunho político, como alegado pelas manifestantes durante o ato desta manhã.
“Eu não sei as motivações, os trâmites da Polícia Civil, não sei o que motivou a isso, mas acho que o trabalho dela deve continuar. Toda manifestação é legal e está que está acontecendo aqui na Câmara tem o nosso apoio. As pessoas estão dizendo que não concordam com a saída dela. Eu também não concordo. A gente sabe que cargos são colocados e são retirados, mas a gente deve saber o que fazer e como fazer, e analisar antes de fazer uma troca dessa”, completou Ivamberg.
O vereador Lulinha (União Brasil) endossou as críticas, pedindo que o governador reconsidere a decisão. “Com tristeza a gente recebeu essa notícia. Tanto ela é querida, que as mulheres estão aqui, para reivindicar ao governador que ele volte atrás nesta mudança que ele fez. Tirou a pessoa errada, que vem fazendo um brilhante trabalho”, disse ao Blog.
