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Câmara de Feira / 09 de novembro de 2022 - 20H 05m

Radialistas feirenses já falecidos são lembrados em sessão solene de homenagem à classe

Radialistas que já partiram desta vida foram lembrados, pela importância do seu trabalho em Feira de Santana, na sessão solene em homenagem à classe, realizada ontem. O vereador Lulinha (União Brasil), autor do requerimento pela promoção do evento,  citou vários profissionais que deixaram saudades aos seus ouvintes e “fizeram história na cidade”:  Giberval Lima, Erivaldo Cerqueira, Agnaldo Santos, Dorival Oliveira, Valter Sobral, Virgílio Porto, Chico Caipira, Luiz Galvão, Edval Souza, Mário Luiz, Alberto Henrique, Joel Magno e Rogério Santana. O decano Itajay Pedra Branca fez a  palestra da noite, após saudação do seu colega Paulo José (PJ). O vice-presidente da Casa da Cidadania, Sílvio Dias (PT), dirigiu os trabalhos.
Utilidade pública, lazer, cultura, fraternidade, esportes, “de tudo nos oferece o rádio”, discursou Lulinha. O veículo surgiu em Feira na década de 40, quando Pedro Matos fundou a Rádio Sociedade.  Uma das profissões “mais importantes do mundo”, segundo o vereador,  “transmite amor e esperança, sempre uma agradável companhia”, além de  participação decisiva para a democracia, “dando voz, cidadania e defesa de direitos”  à sociedade. O vice-presidente Sílvio Dias considera o rádio “maior meio de comunicação da nossa cidade pela competência dos profissionais, que fazem este veículo funcionar e nos contemplar com informação e alegria”.


O jornalista Rafael Velame, apresentador do Jornal Band FM, na rádio Band Feira foi um dos homenageados da noite.  

Feira de Santana / 17 de outubro de 2022 - 00H 58m

EXCLUSIVO: Depoimentos à PF detalham como secretários de Colbert desviavam dinheiro da saúde

POR RAFAEL VELAME

O depoimento de João Carlos de Oliveira, um ex-diretor administrativo da UPA da Queimadinha, descreveu à Polícia Federal como o Secretário de Governo, Denilton Brito e o Secretário de Saúde, Marcelo Britto, desviaram mais de R$ 200 mil da saúde de Feira de Santana.

O Blog do Velame teve acesso, com exclusividade, aos depoimentos que resultaram na Operação No Service, que investiga irregularidades na contratação dos serviços de consultoria não comprovados em unidades de saúde de Feira de Santana. No dia 4 de agosto, após a operação, os secretários foram afastados por 60 dias e depois exonerados pelo prefeito Colbert Filho (MDB).

Segundo João Carlos, que trabalhou como Diretor da UPA, contratado pela empresa INSAUDE, entre 16 de maio de 2018 e 2 de fevereiro de 2020, foi Denilton Brito que lhe fez o pedido para contratar a empresa do médico Marcelo Britto, que na época não era secretário de saúde. Ele também revelou à PF que Marcelo nunca prestou qualquer serviço médico na UPA, como mostra trecho do depoimento obtido pelo blog.

“Que Denilton Pereira de Brito, Chefe de Gabinete do atual Prefeito de Feira de Santana, em visita a UPA, lhe fez um pedido, para que fosse disponibilizado na sobra do orçamento da INSAUDE a quantia de R$ 44.000,00 para pagamento de uma consultoria realizada pela GSM, empresa de Marcelo Moncorvo Brito, atual Secretário de Saúde da Feira de Santana; que respondeu ao Denilton que não poderia contratar uma empresa de consultoria já que a INSAUDE era uma empresa que também prestava serviço de consultoria; que respondeu ao Denilton que a única solução seria incluir esses R$ 44.000,00 como serviços médicos, mas desta forma precisaria fazer um aditivo no contrato, o que foi feito através do Aditivo 04620201111 datado de 01/02/2020; que o referido aditivo aumentou o valor global do contrato de R$ l1.909.004,00 para R$ l2.616.827,84; que dividiu os R$ 44.000,00 na rubrica dos diversos serviços médicos prestados na unidade; que a GSM nunca realizou consultoria na INSAUDE e Marcelo Briro nunca prestou qualquer serviço médico na UPA Queimadinha; que também os sócios da GSM os médicos Raimundo Jose Magalhães Brito Neto e Ricardo Pereira Costa nunca prestaram serviços para a UPA da Queimadinha.”

A PF “seguiu o dinheiro” e através de quebra do sigilo bancário de Marcelo Britto mapeou para quem ele enviou os valores depositados pela INSAÚDE.

 

Para comprovar as declarações, João Carlos concordou em autorizar o acesso ao teor de suas conversas mantidas através do aplicativo WhatsApp. Nas conversas obtidas pela Polícia Federal e Ministério Público, fica comprovado a simulação da contratação da GSM, de propriedade de Marcelo Brito pela INSAÚDE, prestadora de serviço da Prefeitura de Feira. Nas mensagens, um erro amador por parte dos envolvidos chama atenção. Apesar de já ter realizado pagamentos a empresa GSM e de já ter até reincidido o vínculo do no período entre fevereiro e maio de 2020, a assinatura do contrato só foi efetivada em 22 de julho, como comprovam mensagens trocadas entre Marcelo e João Carlos.

Outro detalhe importante sobre o contrato é a assinatura de uma testemunha. Ivete Borges, diretora geral da UPA, começou a trabalhar na unidade apenas em 29 de julho de 2020, mas consta como testemunha do documento que é datado em 30 de maio de 2020. Segundo relatório da PF, esse fato demonstra que as assinaturas no documento foram extemporâneas afim de simular um contrato para justificar os pagamentos efetuados a empresa de Marcelo Britto.

Vale ressaltar que Prefeitura de Feira de Santana contratou a INSAÚDE através de licitação em 2018 para efetuar a gestão compartilhada da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Queimadinha. Nos autos, consta que antes mesmo de exercer a função de Secretário de Saúde de Feira de Santana, Marcelo Britto celebrou o contrato simulado entre a sua empresa GSM e a INSAÚDE, com o qual, segundo as investigações desviou recursos públicos municipais e federais da ordem de R$ 206.470,00.

De acordo com as investigações, conduzidas pelo Delegado da Polícia Federal Fábio de Araújo Marques, tanto nas conversas de WhatsApp cedidas à PF entre João Carlos e Marcelo Britto, quanto nas com Denilton fica evidente o papel de preponderância do Secretário de Governo, homem de confiança do prefeito Colbert, como responsável por interceder para resolver as pendências em relação aos pagamentos a serem feitos à GSM, inclusive com a celebração de aditivo contratual da Prefeitura de Feira de Santana com a INSAUDE, de modo a abarcar os valores que seriam repassados à GSM.

O relatório obtido pelo Blog do Velame é composto por 566 páginas e nele constam também declarações da secretária de saúde na época das contratações, a enfermeira Denise Mascarenhas. Ela esclareceu o funcionamento do contrato de gestão compartilhada entre o município e a INSAÚDE, mas disse não se recordar se alguma vez foi apontada irregularidade no relatório de prestação de contas da empresa em relação do contrato com a GSM. Denize não está sendo investigada nessa operação.

A Operação No Service é oriunda de uma representação formulada pelo presidente da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, o edil Fernando Torres, em ele relatava irregularidades na contratação de empresa de propriedade do atual Secretário de Saúde para realizar consultoria em UPA do município por valores superfaturados.

CPI DA SAÚDE
Em junho, a Câmara de Vereadores de Feira divulgou o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que também investigou denúncias de irregularidades relacionadas a Secretaria de Saúde do município. O relatório sugere indiciamento do prefeito Colbert, da ex-secretária de saúde Denise Mascarenhas, do atual secretário Marcelo Britto, da coordenadora das policlínicas Vera Galindo e do procurador do município Moura Pinho.

DELAÇÃO
O Blog do Velame apurou ainda que o ex-secretário de Governo, Denilton Brito, negocia uma delação premiada. Aposentado pelo Banco do Brasil, o ex-bancário estaria sendo convencido pelos familiares a revelar tudo que sabe para o MP e PF em troca de redução de pena, em uma provável condenação.

Antes da operação da PF, questionado sobre a atuação de Denilton na prefeitura, o prefeito Colbert disse: “O secretário Denilton é de minha extrema confiança. As críticas endereçadas a ele são a mim também. Ele tem a consciência e o conhecimento do que faz“.  Resta saber se, poucos meses depois, o prefeito mantém a declaração.

Eleições 2022 / 14 de outubro de 2022 - 07H 39m

Prefeito de Anguera diz que saúde avançou com o PT e gestor de São Gonçalo rebate: ‘É a fila da morte’

Em tempos de fake news e disseminação de ódio entre candidatos, o jornalismo independente se faz ainda mais essencial. E é seguindo nesta linha, contribuindo com um debate de alto nível, que o jornalista Rafael Velame promoveu mais um encontro, ao vivo, frente a frente, com dois políticos de campos opostos. Os convidados foram o prefeito Tarcísio Pedreira (Solidariedade), de São Gonçalo dos Campos, e o também prefeito Mauro Vieira (PL), de Anguera.

Tarcísio caminha ao lado do candidato ACM Neto (União) desde o primeiro turno, sendo um forte cabo eleitoral. Já Mauro, abraçou a campanha de Jerônimo (PT) quando ninguém ainda acreditava e segue rente. Apesar de divergirem no campo ideológico, ambos mantiveram o equilíbrio e a cordialidade durante todo o programa, dando exemplo da boa política.

Ao justificar o seu apoio nesta corrida ao Palácio de Ondina, o prefeito Mauro Vieira elogiou o trabalho da atual gestão estadual, destacando as obras que vêm ocorrendo e atribuindo o sucesso de votos de Jerônimo no município (71,70%) a este fator.

“A cidade de Anguera hoje é um canteiro de obras. O Governo do Estado tem honrado com todos os compromissos assumidos com os munícipes e comigo, na qualidade de prefeito. Dentro do aspecto administrativo, o governador Rui Costa tem feito um trabalho extraordinário pela Bahia. E é este trabalho que teve reflexo nos números da eleição”, opinou.

Já em São Gonçalo dos Campos, o prefeito Tarcísio Pedreira disse ver o oposto. Segundo ele, a cidade, assim como Feira, sofre de perseguição política por parte do Estado, o que estaria travando o desenvolvimento dos dois municípios.

“Fico muito triste em ouvir que Anguera é um canteiro de obras. Porque São Gonçalo dos Campos é a cidade do pai de Rui Costa e as pessoas, até os familiares, sabem o tamanho do sofrimento que temos com o governador. Por perseguição política a uma pessoa, ele acaba perseguindo 40 mil. Também gostaria de ver Feira de Santana como um canteiro de obras, mas é outra que está sendo perseguida. Isso não é justo”, argumentou.

Quando o assunto foi saúde pública, o gestor de Anguera foi abordado sobre o drama que se tornou a fila da regulação e como convencer o eleitor a acreditar que, após 16 anos, o PT irá dar conta do recado.

“Houve uma evolução. Os corredores do Clériston, antes da regulação, viviam cheios de macas, com as pessoas jogadas, sem o mínimo de respeito ou qualidade de atendimento. A regulação veio para organizar e o governo da Bahia foi um dos que mais fez hospitais, descentralizando a questão da saúde, como o hospital da Costa do Cacau. Tem que haver é organização e diminuir o tempo, e isso tem sido feito. Houve um avanço extraordinário com a gestão do PT”, defendeu.

Para Tarcísio, que é médico, além de prefeito, a fila da regulação se tornou a “fila da morte”, apelido muito utilizado pelos políticos de oposição para se referir ao sofrimento dos baianos que, cotidianamente, aguardam semanas para serem atendidos, muitas vezes vindo a óbito nas filas.

“Tudo fica melhor quando se organiza. Porém, situações graves, como de pacientes de fato morrendo, eles não têm tempo para a espera desta organização. Quem está dizendo é um médico, que já entubou paciente no chão, que já abriu tórax de paciente no chão do Clériston, e hoje estão vivos. Eu vejo pessoas morrerem todos os dias nessa fila. Mais que isso, vejo políticos escolhendo quem vai viver e quem vai morrer. Não sou só contra essa fila da regulação, como também contra a forma obscura com que ela é conduzida”, criticou.

Câmara de Feira / 11 de outubro de 2022 - 11H 35m

FAIXA NA UEFS: Jhonatas rebate Edvaldo Lima e diz que denúncia do vereador não tem fundamento


Em um novo capítulo da polêmica envolvendo uma faixa colocada pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), na frente da Uefs com os dizeres ‘Fora Bolsonaro’, o vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) criticou o que segundo ele, foi uma “agressão à Universidade Estadual de Feira de Santana”.

O psolista lembrou da autonomia e liberdades que as universidades conquistaram no Brasil e classificou como “hipocrisia” as afirmações feitas pelo colega de Câmara, Edvaldo Lima. “A gente tem um vereador na porta da universidade para fazer tumulto em função de uma faixa com ‘fora Bolsonaro’ colocada por uma entidade sindical. Mas em nenhum momento aqui, nós vimos qualquer preocupação semelhante com os cortes orçamentários que a Uefs e outras universidades vivenciam”, destacou.

O vereador disse ainda que o vídeo gravado por Edvaldo Lima na porta da Uefs na segunda-feira (10), não pode ser considerado como uma denúncia. “Não tem ‘lé com cré’. Denúncia é quando a gente apresenta algo que tem fundamento, como um crime, algo que ameaça o interesse público, a coletividade. Não tem nenhum fundamento legal”, finalizou Jhonatas.

“UNIVERSIDADE NÃO É PARA PARTIDO POLÍTICO DA ESQUERDA E NEM SINDICATO”, AFIRMA EDVALDO LIMA SOBRE FAIXA NA UEFS

A faixa instalada pela Adufs, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana, na frente da Uefs com os dizeres ‘Fora Bolsonaro’ ganhou um novo capítulo. Imagens que circulam nas redes sociais desde a noite de ontem (10), mostram que a faixa erguida pela Adufs foi rasgada.

Nesta terça-feira (11), o vereador Edvaldo Lima (MDB) criticou a manifestação feita pela Adufs e disse que a universidade não pode ser palco para partidos políticos e nem sindicatos.

“Quando nós buscamos a legislação, ela proíbe qualquer tipo de faixa e cartaz em órgãos públicos, infelizmente, o conhecimento da própria instituição [Uefs] está aquém do conhecimento da luz da legislação”, pontuou Edvaldo.

O vereador esteve na frente da Uefs ontem e gravou um vídeo para publicar em suas redes sociais. No material, Edvaldo afirmou que a Reitoria tinha 24h para retirar a faixa da frente da instituição de ensino.

REITORIA DEFENDE MANIFESTAÇÃO

Em entrevista exclusiva ao jornalista Rafael Velame, durante o Jornal Band FM, o reitor da Uefs, Evandro do Nascimento Silva, rebateu as críticas e explicou que o manifesto tem caráter meramente sindical, o que é lícito.

“O que temos em questão é a manifestação de um sindicato que representa a categoria dos professores da universidade, a ADUFS. Se trata de uma manifestação de natureza sindical, e que não tem nada a ver com propaganda eleitoral, o que é vedado. A universidade procura evitar de todas as formas, seguindo a legislação eleitoral. Há um entendimento, inclusive, do STF de que esse tipo de manifestação está dentro do livre exercício da liberdade de pensamento, tendo manifestado neste mesmo sentido, em 2018”, esclareceu o reitor.

Feira de Santana / 10 de outubro de 2022 - 13H 33m

Reitor da UEFS rebate bolsonaristas e defende autonomia das universidades

Um vídeo polêmico está dando o que falar nas redes sociais, aqui em Feira de Santana. Duas mulheres, consideradas de movimentos ligadas à direita, contestam, de maneira efusiva, uma faixa que se encontra em frente à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), com as palavras “Fora, Bolsonaro”, assinado pela ADUFS.

A gravação foi realizada na última sexta-feira (7), mas segue repercutindo. “Grupos de direita de Feira de Santana, nós estamos aqui em frente à UEFS porque vimos essa faixa vergonhosa ‘fora, Bolsonaro’, em um prédio público. Eu acredito que os prédios públicos não são feitos para isso aqui não, ainda mais em tempo de campanha. Somos pagadores de impostos e trabalhamos para pagar salário de reitor, de professor, para sermos afrontados com isso aqui. Como é que ficam os alunos e professores que são de direita?”, indagou a bolsonarista em um trecho do vídeo.

Reações ocorreram de todas as partes. Enquanto alguns internautas elogiaram, outros zombaram da postura, recordando a forma com que o atual governo tem conduzido a educação no país. Separamos alguns tweets a respeito do assunto.

https://twitter.com/fernandoclebe12/status/1578758379928834048?s=46&t=rWNKO-NnFWGWKBL9dlVEwQ

Em entrevista exclusiva ao jornalista Rafael Velame, durante o Jornal BAND FM, o reitor da universidade, Evandro do Nascimento Silva, rebateu as críticas e explicou que o manifesto tem caráter meramente sindical, o que é lícito.

“O que temos em questão é a manifestação de um sindicato que representa a categoria dos professores da universidade, a ADUFS. Se trata de uma manifestação de natureza sindical, e que não tem nada a ver com propaganda eleitoral, o que é vedado. A universidade procura evitar de todas as formas, seguindo a legislação eleitoral. Há um entendimento, inclusive, do STF de que esse tipo de manifestação está dentro do livre exercício da liberdade de pensamento, tendo manifestado neste mesmo sentido, em 2018, quando algumas universidades tentaram realizar atos antifascistas. Isto foi interpelado por agentes da sociedade como ferindo a legislação, e o STF se manifestou dizendo que não se tratava disso. O Supremo defendeu a prerrogativa da autonomia das universidades enquanto espaços da livre manifestação, não devendo, portanto serem tolhidas. Então, não vemos nada de estranho na manifestação que está sendo contestada. Não fomos procurados por autoridades com questionamento a este fato”, esclareceu o reitor”, completando a sua fala acerca da importância da luta pelo Estado Democrático de Direito.

“O que enfatizamos, Velame, neste momento, é que estamos com ameaças sérias à democracia, com pessoas que dizem defender a liberdade, mas somente para aquilo que elas acreditam, sufocando outras opiniões em detrimento das suas. É isto que está acontecendo e não vamos tolerar este tipo de ataque à universidade e vamos tratar com todo cuidado desta questão. É necessário, neste momento crítico da vida pública do nosso país, defender de todos os modos a democracia”, concluiu Evandro.

Confira o vídeo do protesto:

Política / 07 de outubro de 2022 - 20H 17m

Frente a frente, Ângelo Almeida e Pablo Roberto discutem fila da regulação

Sucesso de audiência, o programa Velame Para Quem Merece, no YouTube, já se consolida como um dos principais veículos de jornalismo independente em Feira de Santana. E para enriquecer ainda mais o debate político, o jornalista Rafael Velame colocou, frente a frente, dois políticos de campos antagônicos, debatendo os interesses da sociedade.

Os convidados desta semana foram os deputados eleitos Pablo Roberto (PSDB), que apoia o candidato ACM Neto ao Governo do Estado, e Ângelo Almeida (PSB), que caminha ao lado de Jerônimo Rodrigues na corrida ao Palácio de Ondina.

O principal tema da noite foi a fila da regulação na Bahia, que já recebeu o título de “fila da morte”, em ocasião do drama diário vivido pela população, mesmo diante de investimentos significativos por parte do Estado na saúde do município, como é o caso do Clériston II.

Segundo levantamento da Prefeitura de Feira de Santana, 40 pacientes aguardam vagas no município, sendo um destes uma idosa de 92 anos. De acordo com Pablo Roberto, o problema não é o sistema, mas a baixa oferta de leitos.

“Escutei muita gente na campanha criticando a fila de regulação. Acho que é um sistema necessário, que precisa ter. O Estado, enquanto gestor da saúde, precisa ter esse controle. Agora o que ouvimos dos profissionais de saúde e também da imprensa, é a falta de leitos. O próprio ACM Neto tem assumido em campanha esse enfrentamento na demora para regular as pessoas, proporcionando e distribuindo mais leitos em toda a Bahia, para que a fila diminua significativamente e possa melhor atender a população”, defendeu o pessedebista.

No campo da oposição, Ângelo Almeida recordou uma das promessas do atual prefeito em construir um hospital municipal no local onde funcionava o Hospital de Campanha, no auge da pandemia. Até o momento nenhum equipamento foi entregue, o que, segundo ele, não ajuda a desafogar o sistema.

“O grande gargalo que temos aqui em Feira de Santana é provocado justamente por uma pouca atenção do Governo Municipal na sua estrutura de saúde pública. Hoje a pessoa tem uma pequena fratura e é encaminhada automaticamente para o Clériston Andrade, que se torna um hospital sufocado por alguns atendimentos que seriam competência do município e ele não faz. Se eu disser aqui que o prefeito Colbert Martins prometeu em campanha construir um hospital municipal e até agora a gente não sabe onde está isso, eu vou estar falando a verdade”, rebateu.

Eleições 2022 / 04 de outubro de 2022 - 14H 18m

Zé Neto afirma que votação de ACM vai “minguar” no 2º  turno

Único deputado federal eleito, representando Feira de Santana, Zé Neto, do PT, afirmou em entrevista ao jornalista Rafael Velame no Jornal Band FM, nesta terça-feira, 04, que a votação de ACM Neto vai “minguar” no 2º  turno.

Segundo o petista, ACM Neto vai ter menos no voto no 2º turno do que teve no 1º turno. “Ele cometeu muitos erros, além da prepotência e arrogância. Deixar pra anunciar o vice no último dia pra Zé Ronaldo não ter alternativa, trazer uma mulher distante da realidade coletiva da Bahia em detrimento a um aliado de todas as horas mostrou quem ele é. Depois aquela história da negritude”, disse.

Para o deputado, o grupo calista menosprezou Jerônimo Rodrigues, candidato do PT ao Governo do Estado “Não levou em conta a história de Jerônimo, um homem simples que faz parte de um conjunto, um grupo e não de um projeto individual”, destacou.

POR RAFAEL VELAME / 08 de setembro de 2022 - 08H 00m

Foguetinhos eleitorais 2022 (parte 2)

NÃO CAIU O PIX
Muitos candidatos de Feira de Santana a deputado estadual estão sem ter como honrar os compromissos financeiros feitos na campanha. O motivo? Levaram o “golpe do fundão”, que é quando um líder partidário atrai um pré-candidato para se filiar na legenda com promessas de recebimento de boas quantias oriundas do fundo eleitoral. Acontece que, após o início da campanha, esses líderes – muitas vezes candidatos também- monopolizam a verba e esquecem dos colegas. Deles só querem mesmo os votos para atingir o coeficiente eleitoral.

CAIU O PIX 
Se para uns, o Fundão ficou na promessa, para outros já é realidade. Entre os feirenses que buscam uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia, Vania de Irmão Lázaro é a candidata que mais recebeu verba. Até o momento foram R$ 400 mil do Progressistas. Já o vereador Jhonatas Monteiro, recebeu R$245.337,52 do diretório do PSOL. Angelo Almeida recebeu R$ 350 mil do diretório do PSB. Carlos Geilson foi agraciado com R$ 80 mil do Solidariedade e o Pastor Tom com R$ 40 mil do mesmo partido. O pix de Pablo Roberto foi no valor de R$ 150 mil e veio do diretório do PSDB. Os vereadores Luiz da Feira com R$ 50 mil do Avante e Lulinha com R$ 126 mil do União Brasil completam o levantamento parcial feito pelo Blog do Velame.

FUJONA
A candidata a vice-governadora da chapa de João Roma (PL), Leonidia Umbelina (PMB), foi a única que não compareceu à sabatina da TV Band. A médica feirense alegou que a agenda de campanha está apertada e por isso não compareceria. Justificativa, no mínimo, incoerente já que uma sabatina em tv aberta é das poucas oportunidades que um vice tem de aparecer para o grande público. Nos bastidores, a teoria é de que a diferença de oratória e conhecimento sobre problemas da Bahia, em comparação aos outros candidatos, pesaram na decisão de não comparecer. Medo de um vexame.

SE LIGA
No dia 2 de outubro, dia da eleição, o Programa Velame Pra Quem Merece estará ao vivo a partir das 15h no Youtube acompanhando a apuração das urnas. Ancorado por Rafael Velame, o programa vai receber jornalistas e políticos convidados ao longo da programação que se estenderá até as 20h.

FUTURO PRÓXIMO
O resultado da eleição de 2022 vai refletir na escolha do sucessor de Colbert Filho na Prefeitura de Feira de Santana em 2024. Pablo Roberto, Zé Chico, Zé Neto, Carlos Geilson, Jhonatas Monteiro, Angelo Almeida e Dayane Pimentel buscam vagas na Assembleia e na Câmara Federal, mas sem deixar de pensar na eleição municipal.  2024 é logo ali.

FUTURO PRÓXIMO II
Existe também a teoria do “lado bom da derrota de Jerônimo”. Trata-se de uma corrente da oposição de Feira que enxerga Jerônimo Rodrigues como o candidato ideal para disputar a prefeitura e derrotar o grupo de Zé Ronaldo na eleição de 2024. Para isso acontecer, claro, o ex-secretário de educação teria que perder a eleição para Governador, mas obter uma boa votação em Feira.  O problema maior seria convencer o eterno candidato do PT, o deputado Zé Neto, a abrir mão da disputa em prol de uma maior chance de finalmente acabar com a hegemonia de 24 anos do grupo ronaldista.

VEROSSIMILHANÇA
Deus, pátria e família. O vereador-pastor Edvaldo Lima foi bastante cumprimentado durante a passagem dele na manifestação bolsonarista de 7 de setembro, em Feira de Santana. O vereador, que já foi acusado pelo Ministério Público de empregar boa parte da família na Prefeitura de Feira e de nomear laranjas no gabinete, parece ter muito em comum com o presidente Jair Bolsonaro. Por isso, a boa recepção entre os apoiadores.

Frase da semana:

“Em política, o que não é possível é falso”. (Antonio Cánovas del Castillo)

Opinião / 18 de julho de 2022 - 21H 21m

Os marruá de Feira de Santana

Os marruá de Feira de Santana
Marruás perambulam diariamente na avenida Silvio Matos

Por Rafael Velame

Na novela Pantanal, o peão Zé Leôncio, interpretado por Marcos Palmeira, é considerado um bom peão por conseguir domar os “Marruá”, que são os bois bravos que vivem soltos no Pantanal.

Apesar da distância e de realidades bem distintas, em Feira de Santana, também encontramos “marruás”. São rebanhos “sem dono” vistos diariamente nas principais avenidas da cidade, que oferecem riscos aos motoristas e pedestres. Mas, diferente de Zé Leôncio, os “Zés de Feira” não demonstram competência pra domar o problema ao longos dos anos. Nas avenidas Noide Cerqueira e Doutor Silvio Matos, cerca de 15 bovinos são vistos há tempos pastando no período da noite, sem que nenhuma providência seja tomada por parte da Prefeitura. Na avenida Ayrton Senna, recentemente um motociclista morreu ao atropelar um cavalo. Na Silvio Matos, bovinos são vistos com mais frequência do que o “Véio do Rio” na novela.

Um problema que, pelo visto, só se resolverá quando os “Leôncios” resolverem comprar uma fazenda em Feira. Ou, quando – infelizmente – mais uma tragédia acontecer. Afinal, a chance qualquer um de nós sermos vítimas da falta de habilidade dos nossos governantes, que não sabem lidar nem com animais, nem com gente, é tão grande e assustadora quanto as sucuris do Pantanal.

E assim como a novela, estamos assistindo a reprise mesmo sabendo o final.

Cidade Jardim Festival / 03 de julho de 2022 - 18H 04m

Concurso “Sou + Meu Frango” reúne os melhores restaurantes de São Gonçalo dos Campos

Concurso “Sou + Meu Frango” reúne os melhores restaurantes de São Gonçalo dos Campos
Arthur Pendragon será mais uma vez o responsável por experimentar os pratos feitos pelos chefs de São Gonçalo dos Campos

Está oficialmente lançada a votação para escolher a mais saborosa receita à base de frango, na primeira edição do Concurso “Sou + Meu Frango”, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de São Gonçalo dos Campos, que compõe a programação do Cidade Jardim Festival, valorizando a culinária regional. Foram 12 restaurantes concorrendo e o evento de avaliação aconteceu neste domingo (3), com a apresentação do jornalista Rafael Velame e a presença do chef Arthur Pendragon, participante do reality Mestre do Sabor, da Rede Globo, e vencedor do Panela de Bairro, da TV Bahia. Antes de iniciar a avaliação dos pratos, o chef Arthur explicou os aspectos analisados. “O conselho que eu dei foi para que eles trouxessem bastante originalidade nas preparações, que tivessem a identidade, apresentando os carros-chefes. O objetivo do concurso é atrair a própria população e os turistas para fazerem esse tour gastronômico pelos restaurantes da cidade”, detalhou. Apesar da avaliação técnica, quem vai decidir o grande vencedor será o público, através do site oficial do Cidade Jardim Festival. O anúncio será realizado no dia 8 de julho, um prazo pensado para que todos os sãogonçalenses possam ter tempo de experimentar as receitas e escolher a sua preferida. Serão premiados os três chefs. E um dos prêmios é um espaço com destaque no circuito do Festival para vender o prato vencedor. Durante a live, acompanhada por quase três mil pessoas, o prefeito Tarcísio Pedreira (Solidariedade) comentou o sucesso do concurso. “Queria agradecer a todos os participantes, que são a razão de estarmos fazendo esse concurso aqui. Cada prato mais diferente que o outro. Tive que experimentar um por um. Parabéns a todos”, elogiou o gestor. Para conhecer os restaurantes participantes e os pratos acesse cidadejardimfestival.com.br

FIM / 27 de agosto de 2021 - 12H 00m

Os sinos dobram e os blogs acabam

4.745. Essa é a quantidade estimada de dias ininterruptos que me dediquei ao Blog do Velame desde 2008. Isso sem contar os anos anteriores dedicados ao Portal FSonline, Blog da Feira e Bahia Agora, veículos nos quais também trabalhei e ajudei a construir. Uma vida toda dedicada ao jornalismo online independente. Agora, em agosto de 2021, decidi colocar um ponto final nessa web-história.

O que mais ouvi das poucas pessoas para as quais antecipei o fim do Blog foi o questionamento: por quê? E a resposta é: não existe um motivo especifico. Talvez seja pelos mesmos motivos pelos quais os sinos de Hemingway dobram.

Cansei. É o máximo que consigo explicar. Um amigo mais precipitado palpitou: “o sistema lhe venceu”. Até refleti sobre, mas não foi isso. O sistema não me venceu, porém, me cansou.

Fazer jornalismo independente no Brasil é muito difícil. Na Bahia, mais ainda. Em Feira de Santana então… nem se fala! Já tive milhões de motivos para desistir desde quando tudo começou: processos, agressão, ameaças, discussões, falta de apoio dos colegas e do meio publicitário. Nenhum desses problemas me fez ou me faria querer desistir. Sempre existiram outros milhões de motivos para continuar. E por isso segui até agora.

Eu criei uma regra própria e sempre evitei quebra-la: o Blog deveria ser atualizado diariamente. Todo dia, por menos relevante que fosse, haveria uma atualização no blog. Fiz isso durante os últimos 13 anos. Desta forma, entre simples notícias sobre o cotidiano feirense e reportagens investigativas exclusivas, o Blog do Velame deixou sua marca de coragem e pioneirismo em Feira de Santana e isso, nem o mais cruel detrator, pode negar.

Os últimos meses, com a famigerada pandemia, foram de muita dedicação para deixar todo feirense bem informado, principalmente sobre o andamento da vacinação contra Covid-19. Considero como a última missão importante do blog. Mais uma cumprida com sucesso.

Enfim, para alegria de muitos, tristeza de alguns e alívio de outros tantos, essa é a última postagem do Blog do Velame. O cansaço que me levou a essa decisão não é uma derrota. Não faço com tristeza ou mágoa de algo. Ela só traduz um desejo pessoal de mudança; de virada de página.

Deixaremos de existir no endereço blogdovelame.com e .com.br, mas a página no Instagram @BlogdoVelame segue ativa e sendo conduzida por profissionais da minha confiança, abordando assuntos relacionados à Feira de Santana, sendo uma curadoria de notícias, curiosidades, entretenimento e personagens da Princesa do Sertão.

Vez ou outra, reaparecerei dando pitaco no meu Twitter pessoal sobre o que bem entender.

Entretanto cabe esclarecer que eu, Rafael Velame, me afasto das atividades relacionadas ao jornalismo (blog, podcast, rádio).  Sigo atuando profissionalmente na comunicação corporativa, empresarial e atuando com marketing político.

Inclusive, caso você ou sua empresa precise de estratégias em comunicação, marca um café comigo. Se não render negócios, ao menos, vai ouvir boas histórias. Também vou aproveitar para dedicar mais tempo ao projeto de escrever livros e ao trabalho voluntário no Dados Abertos de Feira.

No mais, não poderia terminar essas linhas sem agradecer minhas amigas Bia, Eveline e Dani e aos parceiros Alexandre Gomes e Márcio Britto por estarem comigo desde o início, até o fim, se é que esse é um fim.

Muito obrigado, para quem merece!

Rafael Velame

Podcast / 22 de junho de 2021 - 19H 18m

Cidades Abertas: como conseguir informação?

Você sabia que você, cidadão, pode perguntar qualquer coisa para a administração pública? Vem saber como nesse episódio! Conversamos com Yasmin Garrido, editora de justiça do Bnews, e Bruno Morassuti, advogado e conselheiro da Fiquem Sabendo, sobre como conseguir informação através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Apresentado e produzido por Rafael Velame e Ana Paula Gomes.
Trilha sonora do Roça Round.
Edição de Anderson Cedraz

 

Feira de Santana / 29 de maio de 2021 - 15H 15m

Preso acusado de matar colega já responde a processo por usar CRM de outro médico

O que parece uma coincidência de nomes – Geraldo F. Júnior -, acabou virando motivo para uma fraude médica em diversas cidades da Bahia, envolvendo o acusado da morte do médico Andrade Lopes Santana, 32 anos, que teve o corpo encontrado no rio Jacuípe, nesta sexta-feira (28). O site BNews, a partir de relatos do jornalista Rafael Velame, do Blog do Velame, no Twitter, ficou intrigado com a informação de que Geraldo Freitas de Carvalho Júnior, preso nesta sexta, e apontado como colega de profissão da vítima, sequer tinha registro no Conselho Federal de Medicina. Já neste sábado (29), a informação se confirmou com uma rápida consulta ao site do CFM, sendo descoberto também que o suspeito, na condição de médico, já havia, inclusive, sido aprovado no Projeto Mais Médicos, do Governo Federal, que serviria para validar diplomas de Medicina expedidos no exterior.

Com o encerramento do projeto, o que aconteceu foi que Geraldo Freitas de Carvalho Júnior encontrou uma forma de atuar no Brasil, mais especificamente na Bahia: passou a utilizar o registro médico de um quase homônimo, que aqui será representado apenas por Geraldo F. Júnior, este, sim, médico, com CRM expedido em São Paulo e permissão de atuação na Bahia. Ocorre que, em consulta ao sistema do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o BNews acessou com exclusividade, um processo movido perante os Juizados Especiais, no qual o verdadeiro Geraldo F. Júnior acusa o ‘outro’ de se utilizar do CRM dele para atuar em diversos hospitais baianos.

Na peça inicial, o autor contou que recebeu uma denúncia anônima, em 13 de dezembro de 2020, sobre a utilização do carimbo e CRM dele por outro médico no Hospital Edite Nogueira. Assim, Geraldo F. Júnior “buscou levantar mais informações e provas para registrar o boletim de ocorrência, o que ora conseguiu um laudo de alta realizado em seu nome com seu CRM de forma indevida e com anuência do Hospital” Além disso, também foi localizado um “prontuário com a alta de uma paciente expedida pelo Hospital no dia 13-12-2020 usando o nome e CRM do autor de forma indevida e criminosa”:

Em posse de todos os documentos que comprovavam a fraude, Geraldo F. Júnior, o verdadeiro dono do CRM, registrou boletim de ocorrência, no mesmo dia 13 de dezembro de 2020, contra o quase homônimo Geraldo Freitas de Carvalho Júnior. No processo consta que o acusado da morte do médico Andrade Lopes Santana vinha “exercendo a medicina de forma indevida e sem que fosse observado o requisito mínimo, o qual seja que o referido acionado tem de fato registro no Cremeb, requisito não observado, sobretudo sem o diploma revalidado no Brasil”.

“Ilustre julgador, o autor poderia pedir danos morais e demais danos, mas só quer que o acionado deixe de usar os seus dados pessoais, visto que, nenhum valor pecuniário lhe trará a paz bem como o receio de responder algo cometido pelo acionado, como exemplo: erro médico praticado por um impostor e recair no médico de bem e conhecido no meio acadêmico, é um dano incomensurável”, diz o autor do processo.

Neste processo, em decisão expedida em 17 de dezembro de 2020, a juíza Anna Ruth Nunes Menezes Bispo concedeu liminar favorável ao autor, determinando que Geraldo Freitas de Carvalho Júnior “se abstenha de usar como se sua fosse a inscrição no CRM” referido, sob pena de multa diária no valor de R$ 500, limitado a R$ 15 mil. Além de ser acusado de exercício irregular da profissão, Geraldo Freitas de Carvalho Júnior vai enfrentar uma investigação sobre a morte do colega Andrade Lopes Santana, de quem se dizia amigo. Ele foi preso, nesta sexta-feira, com mandado de prisão cumprido em casa, no bairro da Santa Mônica, por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana. (Informações do Bnews)

Foguetinhos Velamados / 23 de abril de 2021 - 08H 00m

Foguetinhos Velamados

Feiroeste
Feira de Santana é a nona cidade mais violenta do mundo. A afirmação é baseada em um estudo do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal do México. Com taxa de 67,46 homicídios por 100 mil habitantes, a Princesa do Sertão poderia facilmente mudar de apelido para a Rainha do Crime. Além de Feira, Vitória da Conquista, na 20ª posição, e Salvador, na 28ª também figuram na lista das 50 cidades mais violentas do planeta. Essa vai pra conta do governador Rui Costa, já que zelar pela segurança pública é atribuição principalmente do Estado.  Clique AQUI pra ver o estudo na íntegra.

Buraco City 
Falando em Feira, mais uma vez a chuva afundou o Novo Centro. Vendido como moderno e futurístico, a propagandeada obra vira uma buraqueira só, após qualquer chuva mais forte. A Prefeitura de Feira precisa cobrar da empresa responsável um trabalho digno da quantia paga. Foram investidos mais de 60 milhões.

Deu ruim  
Um deputado sabidão usou a verba indenizatória pra comprar um valorizado imóvel. Pagava como se fosse aluguel, a prestação de compra de uma casa onde funcionava o escritório político. Negociação ilegal. Passaram-se alguns anos e o caso parecia que tinha passado despercebido pelas autoridades. Mas só parecia. A PF em breve deve bater na porta do sabidão para cobrar explicações. Será que foi em Feira?

Novidade 
O podcast Cidades Abertas já está no ar. Apresentado por Rafael Velame e Ana Paula Gomes, o podcast faz parte do Tramas Democráticas, um programa de intercâmbio do Goethe-Institut que busca ampliar o diálogo sobre inovações cívicas e democracia digital na América do Sul. No primeiro episódio a discussão foi sobre cidades inteligentes e dados abertos. Ouça no Spotify clicando AQUI.

Professora arrependida 
E pró Day? Já está dando aula de cinismo ao tentar se reaproximar do prefeito Colbert. Indícios de que a bolsonarista arrependida estaria buscando junto a ACM Neto, apoio para se tornar a principal candidata a deputada federal do grupo em Feira de Santana. Durante a eleição municipal, Dayane Pimentel fez duros ataques ao prefeito que tentava a reeleição. Após a acachapante derrota no 1º  turno, buscou abrigo no 2º  turno no grupo de Zé Neto e acabou derrotada novamente. Agora, busca o perdão eleitoral para tentar salvar o mandato.

Incompetência atípica? 
O bairro Jardim Brasil é invenção da construtora feirense LMarquezzo. Essa semana, após as chuvas, algumas casas do “bairro planejado” ficaram comprometidas. Para a reportagem da TV Subaé, a construtora alegou que a drenagem do condomínio afetado está funcionando normalmente, mas que a quantidade de chuva foi atípica. Diante da afirmação da LMarquezzo, sugiro que o material publicitário de venda das casas siga acompanhado do seguinte alerta: As casas que construimos só suportam até x milímetros de chuva. Assim, a empresa seria mais sincera com os compradores. Afinal, qualquer construtora que se preze sabe que chuva é um fenômeno mais do que normal.

Opinião/Rafael Velame / 06 de março de 2021 - 11H 29m

PANDEMIA: Um ano de trapalhadas: Colbert “desdecreta” decreto

POR RAFAEL VELAME

No simbólico dia em que se completa um ano do primeiro caso confirmado de covid-19 em Feira de Santana, a população feirense acordou com duas notícias.  A primeira, publicada no Diário Oficial do Município deste sábado dia 06 de março, informa que apesar da superlotação das UTIs públicas e privadas e do crescente número de casos positivos na cidade, o prefeito Colbert Filho (MDB) liberou o funcionamento do comércio e bares a partir de segunda-feira (08). O mesmo prefeito que 24h antes convocou coletiva para alertar sobre o aparecimento e gravidade de quatro cepas do novo coronavírus em Feira.  A segunda notícia foi divulgada por um site local informando justamente o contrário do decreto récem publicado. O site afirmava ter conversado com o próprio Colbert que informou que anularia, ainda neste sábado (06), o decreto liberando o funcionamento do comércio e bares. Ou seja, o decreto publicado na manhã de sábado seria anulado ainda no mesmo sábado, 6 de março de 2021. Um ano depois e ainda estamos reféns da repetitiva tática “pega casaco, bota casaco, tira casaco, pega casaco, bota casaco, tira casaco”. O atrapalhado episódio só confirma o desleixo, a precipitação e a forma perigosa que Colbert e sua trupe tratam a pandemia. Agora todos esperam a terceira notícia do dia: um pronunciamento oficial do prefeito pedindo desculpas por, um ano depois, ainda não ser o prefeito que Feira merece.

Ouça episódio do Podcast Para Quem Merece sobre um ano de pandemia em Feira clicando AQUI.

 

Feira de Santana / 01 de março de 2021 - 10H 29m

UEFS promove Dia dos Dados Abertos de Feira de Santana

O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação PGCC/UEFS e a iniciativa da sociedade civil Dados Abertos vai realizar no próximo dia 6 de março, o Dia dos Dados Abertos de Feira de Santana. Trata-se de um evento que será parte de uma rede de eventos ocorrendo no mesmo dia em diversos países, como parte do Open Data Day criado pela Open Knowledge Foundation. A programação do evento inclui duas mesas redondas com nomes locais, regionais e nacionais, com abertura pelo reitor Evandro Nascimento e pela diretora da Open Knowledge Foundation Brasil.  Os temas escolhidos para o simpósio Dia dos Dados Abertos de Feira de Santana 2021 são relevantes para a gestão pública (transparência e política pública) e para a pesquisa e ciência nas instituições de ciência e tecnologia, portanto são temas especialmente relevantes para uma universidade pública como a UEFS e para o município de Feira de Santana. Além disso, haverá um hackathon, uma competição de uso de dados abertos com premiações. O Hackathon é uma competição de análise de dados coletados pelo projeto Dados Abertos de Feira e também por outras iniciativas. O objetivo é conectar cidadãos, desenvolvedores e a comunidade em geral através de dados abertos e o que ele pode mostrar de relevante para as pessoas e a cidade. As equipes melhores colocadas na avaliação dos jurados receberão premiações conforme regulamento.
Confira programação:

Mesa Redonda I – Transparência como política pública
Amanda Faria Lima, Co-fundadora da Instituto de Governo Aberto – IGA: “Transparência para defesa de direitos”

George Santiago, TCE-BA e Observatório Social de Santo Antônio de Jesus: “Estratégias para estimular a divulgação de Dados Abertos pela Administração”

Rafael Velame, Blog do Velame/Dados Abertos de Feira: “Transparência em
Feira”

Jonathas Monteiro, Vereador em Feira de Santana

Mesa Redonda II – Ciência aberta

Luana Farias Sales Marques, Arquivo Nacional / PPGCI IBICT-UFRJ / GoFAIR
BRASIL: “Compartilhamento de Dados de pesquisa para o avanço da Ciência”;

Bethania de A. Almeida, Analista da FIOCRUZ/CIDACS: “Dados para Pesquisa em
Saúde Pública na Perspectiva da Ciência Aberta”;

Washington Franca-Rocha, Professor da UEFS :”Geoportais: Geoinformação
com dados abertos”;

Rodrigo Tripodi Calumby, Professor da UEFS: “Dados Abertos e Ciência de
Dados”.

O evento é gratuito e pode ser assistido através no Youtube em https://dadosabertosdefeira.github.io/opendataday/
Opinião/Velamada / 17 de fevereiro de 2021 - 09H 14m

Pode ver BBB?

Por Rafael Velame

Já fui criticado por assistir o Big Brother Brasil algumas vezes. Amigos, leitores, ouvintes, seguidores e haters sempre dizem a mesma coisa: até você? Sim. Até eu. Há quem diga que eu deveria ficar feliz com essas abordagens, com o insosso argumento de que essas pessoas pensam assim porque me acham um cara inteligente (será?). Para eles, BBB emburrece. Discordo. A política feirense, essa sim, é um basculho. Eles, os políticos, são capazes de nos fazer sentirmos burros. De pensar: como colocamos esses sujeitos aí? Edvaldo Lima milita mais errado que Lumena. Colbert é tão inexpressivo quanto João. Ronaldo poderia ser conka e Zé Neto não passa de um “pocah ideia”. Talvez poucos entendam a piada, afinal não é só o Nego Di que faz piada ruim. Diferente do que muitos insistem em dizer, é possível acompanhar o noticiário, ler um livro e assistir o BBB. Ou optar por não adotar nenhuma das três opções. Cada um sabe – ou deveria saber – o que é bom pra si. Sou convicto de que o bom mesmo é saber que com ou sem BBB, meu papel na sociedade é ser a voz de quem assiste, de quem não assiste e daquele que, acredite, existe, e nem televisão tem pra assistir. Qual é o seu?

Personagens de Feira / 10 de fevereiro de 2021 - 07H 00m

PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp

Por Rafael Velame

As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados. 

Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?

Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.

Onde foi criado em Feira, como foi a infância?

Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé. 

A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente. 

Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma. 

Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem. 

Por que foi pra São Paulo?

Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão. 

A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo. 

O que é o Sertãopunk?

O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk. 

A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião. 

Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro. 

Quais livros já publicou?

Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk. 

É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?

Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo. 

E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom. 

Como foi o processo de criação do Lago Aruá?

O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá. 

Você se define um escritor de que tipo?

Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense. 

Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai. 

Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo. 

Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….

Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço. 

Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo. 

Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?

O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional. 

Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje. 

Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz. 

É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?

É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado? 

Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado. 

Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.

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Feira de Santana / 02 de fevereiro de 2021 - 18H 30m

A falta de critério da vacinação em Feira de Santana


Participação do jornalista Rafael Velame no programa Transnotícias, na rádio TransBrasil de Feira de Santana.

Feira de Santana / 12 de janeiro de 2021 - 11H 18m

Caso de queda de ovni em Feira de Santana completa 26 anos

O relato de um fazendeiro e a carta de um militar tornam público o “Caso Feira de Santana”, segundo o Portal UFO, veículo usado para divulgar ações do Centro Brasileiro de Pesquisa de Discos Voadores (CBPDV).  O caso revela que um objeto não identificado e dois supostos extraterrestres foram recolhidos por agentes da Marinha, em uma fazenda na zona rural de Feira de Santana, em 12 de janeiro de 1995.  O jornalista Rafael Velame conta essa história com detalhes em um episódio do Podcast Para Quem Merece. Confira:

 

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