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Feira de Santana / 05 de março de 2021 - 12H 08m

Infectologista alerta para risco das novas variantes da Covid em Feira

Em coletiva nesta  sexta-feira, 5, a médica infectologista e coordenadora do Comitê de Combate ao Coronavírus, Melissa Falcão, alerta para o aumento da taxa de contágio das novas variantes da Covid-19 que circulam em Feira de Santana. No total, quatro cepas identificadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), duas delas do Reino Unido e de Manaus (AM) já em transmissão comunitária no Estado. Outras duas cepas no município têm origem da Nigéria, na África, denominada B1525, e uma variante brasileira B1133 (presente desde dezembro), ambas responsáveis pelo agravamento da doença. Melissa reforça que, após a confirmação da presença de novas variantes, o momento requer da comunidade cuidados redobrados, como o uso de máscaras, distanciamento social e higienização frequente das mãos. “A mudança do perfil nos atendimentos, superlotando os leitos de terapia intensiva [UTI] e a necessidade de ventilação mecânica nos pacientes, reforça que temos uma mutação viral com maior intensidade”, explica. O prefeito Colbert Filho ressaltou que o Governo Municipal, em parceria com a UEFS e a Fiocruz, realizará testes de Covid com estudo genômico em indivíduos assintomáticos, em áreas de grande circulação de pessoas. Segundo Edval Gomes, secretário de Saúde, o estudo permite o rastreamento das novas mutações virais decorrentes da expansão global da pandemia. “A ideia é entender as relações entre os tipos de coronavírus conhecidos, como eles reagem a diferentes ambientes e até mesmo como se dá o processo de mutações”. Atualmente, os 18 leitos de UTI do Hospital de Campanha continuam funcionando em sua capacidade máxima, e os de enfermaria 90% ocupados –  31 dos 35 leitos. “Temos uma média de 6 a 8 casos novos por dia precisando de internamento”, alerta Francisco Mota, diretor da unidade hospitalar.

Câmara de Feira / 02 de março de 2021 - 15H 51m

Apelo do governador aos municípios faz Câmara de Feira adiar reinício das sessões para 2ª feira

A Mesa Diretiva da Câmara de Feira de Santana decidiu, agora há pouco, seguir o mais recente decreto do governador Rui Costa que prorroga até as 5 horas da próxima segunda o lockdown em uma parte do Estado, inclusive esta região. Com a medida, o reinício das sessões legislativas, previsto para amanhã (3) está adiado para o dia 8, quando se encerra esse período de restrições mais radicais de atividades na Bahia. “Todos nós, que dirigimos a Casa da Cidadania, chegamos ao entendimento que este é um momento de marchar juntos com os governantes, acompanhando as suas decisões no sentido de prevenir a população do nosso município e do Estado contra a transmissão deste vírus”, justifica o presidente Fernando Torres (PSD). “Estamos com tudo pronto para retomar a realização das sessões, com as medidas preventivas de segurança definidas. Mas resolvemos repensar este reinício, diante do decreto e do apelo do governador aos municípios. Retornaremos, sim, com os trabalhos de plenário, a partir de segunda-feira”, diz o presidente, que optou, junto aos seus pares de Mesa Diretiva, por “respeitar a decisão dos gestores e seus órgãos de saúde, recomendando o funcionamento apenas dos serviços considerados essenciais e a suspensão de toda e qualquer atividade que possa esperar um pouco”.

O QUE DIZ O GOVERNADOR RUI COSTA

O governador argumenta, em sua decisão, que a situação continua muito grave. Ele disse ao portal G1: “Só para vocês terem uma ideia, ao longo desses três dias foram 320 óbitos na Bahia. Os hospitais privados continuam operando a quase 100%. A rede estadual a mais de 90%, a grande maioria dos nossos hospitais. As UPAs e emergências lotadas”. Segundo dados apresentados por ele, nesta terça estavam esperando na fila da regulação mais de 195 pessoas para um leito de UTI. “É a pior situação desde o início da pandemia. “Conversamos com os prefeitos, com a União dos Prefeitos, e com o prefeito da capital nesta tarde, e tomamos uma medida absolutamente necessária para salvar vidas humanas e para frear o crescimento do vírus”, ele diz.

Feira de Santana / 02 de março de 2021 - 15H 06m

Com 100% lotadas, só morte libera vaga de UTI do Hospital de Campanha de Feira

Desde o início das atividades, em junho do ano passado, que os leitos clínicos do Hospital de Campanha de Feira de Santana não ficam totalmente ocupados como está ocorrendo agora: há 35 pacientes internados. Diante disso, a Secretaria Municipal de Saúde vai reativar os 15 leitos desativados na segunda metade de 2020, em razão de uma queda no número de internamentos. A ocupação dos leitos clínicos sempre esteve abaixo de 20. Já a UTI amanheceu nesta terça-feira (02) com três dos 18 leitos livres. Mas isto não é motivo de comemoração, porque a causa da liberação foram as mortes dos pacientes.

Feira de Santana / 01 de março de 2021 - 17H 15m

Fiscalização interdita bar e fecha 67 estabelecimentos no final de semana em Feira

As operações do Toque de Recolher realizadas entre as 17h de sexta-feira, 26, até as 5h desta segunda, 1º de março, resultaram em uma interdição e 67 estabelecimentos foram fechados, em Feira de Santana. Os dados são da Polícia Militar e da FPI (Fiscalização Preventiva Integrada).  O bar Morenas Drinks, na avenida Primavera, bairro Pampalona, foi interditado na madrugada de sábado, 27, por consumo e venda de bebida alcoólica. Neste mesmo bairro, o bar e petiscaria Empório Menezes foi orientado ao fechamento, por descumprir o decreto. Outros estabelecimentos, como o bar Stella Mares, no Campo Limpo; bar Explosivo, no Tomba; Supermercado Pague Menos, na estrada da Pedra Ferrada, Asa Branca; Mercado São José, no Fraternidade; Kicoxinha, no Morada das Árvores; Arena Esportiva, no Jardim Cruzeiro e Box 05, na praça do Tomba, foram fechados. O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico e também coordenador da FPI, Joedilson Freitas, conta que a interdição é feita quando há flagrante. “Se encontrarmos um bar, com clientes consumindo ou comprando bebidas, é feita a interdição. Caso, por exemplo, o bar esteja apenas aberto, orientamos o fechamento”, pontuou. Além disso, os registros da Polícia Militar indicam uma prisão em flagrante na sexta-feira, 26, e o encerramento de duas festas de paredão. As operações foram reforçadas em todo o município, com maior rigor nos grandes centros de alimentação e bebida, como a avenida Maria Quitéria e bairros Parque Ipê, Campo Limpo, Morada das Árvores, Pampalona, Jardim cruzeiro, Jardim Acácia, Tomba, Fraternidade, Brasília e estrada da Pedra Ferrada no Asa Branca. Os órgãos envolvidos na fiscalização foram a Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec); Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev); Secretaria de Transporte e Trânsito (SMTT); Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon); Superintendência Municipal de Trânsito (SMT); Guarda Municipal , Polícia Militar e Rondesp.

Feira de Santana / 01 de março de 2021 - 11H 18m

Diretor do Hospital de Campanha de Feira critica convocação para manifestação: irresponsabilidade muito grande

Diretor do Hospital de Campanha de Feira critica convocação para manifestação: irresponsabilidade muito grande
Francisco Mota: Uma manifestação que vai reunir pessoas é uma irresponsabilidade muito grande.

Com o decreto de ampliação do lockdown publicado pelo governador Rui Costa (PT) e apoiado pelo prefeito Colbert Filho (MDB), empresários e comerciantes organizam protestos contra a medida, nesta terça-feira (02), com saída prevista do Shopping Boulevard e destino final em frente à Prefeitura de Feira de Santana.  Intitulado “Protesto Trabalha Feira”, o grupo está convocando vias redes sociais os comerciantes feirenses. Eles se mostram contrários à medida que restringe atividades comerciais consideradas não essenciais na Bahia.  O governador alega que a medida é uma tentativa de evitar o avanço da covid-19 no Estado. O diretor do Hospital de Campanha de Feira de Santana, Francisco Mota criticou o protesto. “Uma manifestação que vai reunir pessoas é uma irresponsabilidade muito grande. Quero lembrar que o Hospital de Campanha continua cheio, só para vocês terem ideia o perfil de paciente antes a gente tinha sempre doentes acima de 60 anos com hipertensão, diabetes e obesidade, hoje 70% dos pacientes tem menos de 60 anos, então evitem essas aglomerações, evitem esse tipo de manifestação, isso não vai ajudar em nada”, disse em entrevista coletiva nesta segunda. Os empresários protestam contra o decreto que limita o  funcionamento de restaurantes e bares onde fica restrito à operação de portas fechadas, na modalidade de entrega em domicílio (delivery) até às 24h entre 1º de março até as 05h de 3 de março de 2021. Após este período, o decreto institui que até o dia 8 de março de 2021, restaurantes, bares e congêneres deverão encerrar o atendimento presencial às 18h, permitidos os serviços de entrega em domicílio (delivery) de alimentação até às 24h. A comercialização de bebidas alcoólicas está permitida a partir desta segunda-feira (1º).

Feira de Santana / 28 de fevereiro de 2021 - 17H 55m

“Lockdown” será estendido até quarta-feira na Bahia

O governador da Bahia, Rui Costa (PT) comunicou ao prefeito Colbert (MDB) que resolveu prorrogar o decreto que estabelece o fechamento de serviços não essenciais no estado até quarta-feira (03). O  Secretário de Comunicação de Feira de Santana,  Edson Borges, informou à imprensa que o prefeito foi avisado na tarde deste domingo (28) e deverá seguir as determinações do Estado. Os serviços nos órgãos municipais também serão ser restringidos através de decreto. Mercados e padarias poderão funcionar até as 20h. As feiras livres também poderão funcionar e a venda de bebidas alcoólicas segue proibida em qualquer estabelecimento comercial, inclusive supermercados e delivery. Bares, restaurantes e o comércio local seguem com restrições.

Câmara de Feira / 27 de fevereiro de 2021 - 09H 49m

Câmara de Feira segue com sessões suspensas

Uma nova reunião da Mesa Diretiva, prevista para a próxima segunda-feira (1), definirá os rumos que a Câmara de Feira de Santana irá seguir, após a suspensão dos trabalhos legislativos desta semana. O encontro acontece às 10 horas e ainda pela manhã devem ser anunciadas pelo presidente da Casa, vereador Fernando Torres (PSD), as medidas a serem adotadas em razão do aumento dos casos de coronavírus no município, recentemente. Portanto, também não haverá sessão no primeiro dia de março e as dependências do Poder Legislativo seguem fechados ao público, temporariamente, sendo permitido apenas a presença de servidores e vereadores em suas instalações. O diretor-geral da Câmara, o ex-vereador Fábio Lucena, vê poucas possibilidades de que as atividades de plenário sejam retomadas imediatamente de forma presencial, em face de que os números não demonstraram recuo, nos últimos dias. Acredita que são maiores as chances de realiza-las remotamente (via internet). “A determinação do presidente Fernando é que tenhamos todo o cuidado possível para preservar a saúde dos nossos servidores e também dos próprios vereadores, neste momento delicado da pandemia em nosso município”,diz ele. Foi feita a sanitização dos dois prédios da Casa da Cidadania (a sede e o anexo, onde funcionam os gabinetes dos vereadores), em razão de que nove funcionários testaram positivo na semana passada.

Feira de Santana / 25 de fevereiro de 2021 - 21H 19m

Colbert confirma que Feira vai aderir lockdown imposto pelo Estado

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Filho (MDB), se pronunciou através do Twitter sobre o novo decreto estadual que decreta medidas mais rígidas em todo estado para conter o avanço da covid-19. “Diante de toda situação que estamos enfrentando em nossa cidade, vamos seguir o lockdown decretado pelo Governo do Estado. Serão suspensas todas as atividades não essenciais a partir das 17h desta sexta-feira (26/02) até às 5h de segunda-feira (01/03)”, escreveu. O emedebista afirmou ainda que como profissional da saúde precisa proteger a cidade. “Como médico, tenho o dever de proteger a população e neste momento precisamos tomar medidas mais rígidas para o bem de todos”.  Atualmente, Feira de Santana está com 100% dos leitos públicos de UTI ocupados e já registou 25.277 casos da doença, com 460 óbitos.
Feira de Santana / 24 de fevereiro de 2021 - 17H 46m

Prefeitura de Feira investiga mais de 40 casos suspeitos de reinfecção

Prefeitura de Feira investiga mais de 40 casos suspeitos de reinfecção
Todos os 40 casos deram resultado positivo pela segunda vez

Mais de 40 casos suspeitos de reinfecção por Covid-19 estão em investigação pela Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana. Todos estes casos apresentaram resultado positivo para a doença pelo exame RT-PCR, pela segunda vez, em um intervalo mínimo de 90 dias. Segundo a médica infectologista e coordenadora do Comitê Gestor de Controle ao Coronavírus, Melissa Falcão, somente esta evidência não conclui que os casos realmente são de reinfecção. Para isso é preciso analisar se as amostras destes pacientes tratam-se de um vírus diferente. Outro alerta é que a muitas pessoas que testaram positivo no inicío da pandemia, ou nos meses seguintes, estão novamente se infectando, com um intervalo maior que 90 dias. “Inicialmente achamos que era uma algo com pouca frequência, mas vimos que isso acontece mais do que é relatado. Até o momento não conseguimos determinar uma genotipagem, já que as amostras iniciais estão com o Lacen”, frisou. A infectologista pontuou ainda sobre a importância das medidas preventivas, já que o município tem enfrentado aumento de internações e alta taxa de ocupação de leitos. “Peço para que todos se cuidem, principalmente os jovens com saídas desnecessárias e aglomerações. Estamos com uma alta taxa de ocupação de leitos, que já chegou a 100% em um certo momento”, alertou Melissa.

Feira de Santana / 23 de fevereiro de 2021 - 10H 00m

3ª etapa da construção do Complexo Educacional de Feira custará R$ 34 milhões

3ª etapa da construção do Complexo Educacional de Feira custará R$ 34 milhões
O Feira Tênis Clube está sendo transformado em um Centro de Educação Complementar.

A Prefeitura de Feira de Santana, por meio do Diário Oficial, publicou nesta terça-feira (23), a homologação da contratação da empresa de engenharia para elaboração de projetos e execução das obras da 3ª etapa do Complexo Educacional. A obra conta com valor estimado de R$ 34.910.000,00 e será responsabilidade da Metro Engenharia e Consultoria, vencedora da licitação. O Complexo Educacional está sendo construído no antigo Feira Tênis Clube e será a sede da Secretaria Municipal de Educação.  A Justiça concedeu à Prefeitura a posse do imóvel onde funcionou o FTC, cuja desapropriação para fins de utilidade pública se deu mediante depósito judicial de R$ 9,2 milhões, ocorrido em meados de julho de 2019.

Feira de Santana / 22 de fevereiro de 2021 - 16H 29m

Exclusivo: Auditoria no transporte pode expor dados que a Prefeitura de Feira não quer revelar 

O transporte coletivo de Feira de Santana é alvo de frequentes reclamações, tanto dos usuários, quanto dos empresários do setor. Uma realidade que a Prefeitura Municipal ignora e, ao que parece, busca esconder, já que há cerca de dois anos se recusa a tornar público um diagnóstico que poderia ajudar a melhorar a qualidade do serviço.

A história começou em 2018, quando a Prefeitura contratou uma empresa de consultoria e apoio técnico para realizar um estudo do equilíbrio econômico- financeiro do contrato de Concessão do Serviço de Transporte Coletivo Urbano. As empresas Rosa e São João são as responsáveis pelo transporte coletivo na cidade e solicitaram essa consultoria à prefeitura, sob alegação de estarem sofrendo prejuízos financeiros. A empresa Deloitte Touch Tohmatsu Consultores foi a vencedora da concorrência pública e contratada para o serviço, conforme consta no Diário Oficial do dia 9 de outubro de 2018. O valor total do contrato é de R$ 797.000,00, dos quais, foram pagos R$ 238 mil em junho de 2019, segundo dados do portal da transparência.

De acordo com o contrato, o serviço deveria ter sido realizado em um prazo de 6 meses e apresentado às empresas e à população pela prefeitura. Mas, não foi o que aconteceu. O vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) suspeita que a empresa contratada pela prefeitura para realizar a auditoria no transporte não o fez. Por conta dessa desconfiança, o edil apresentou no início de fevereiro um requerimento na Câmara Municipal cobrando acesso ao resultado do estudo. Entretanto, o documento foi rejeitado pela maioria dos vereadores. A conclusão da auditoria deveria ter sido divulgada desde julho de 2019, segundo o requerimento do vereador.

Outro interessado no resultado da consultoria, Marco Franco, diretor administrativo da empresa São João, revelou ao Blog do Velame que nunca teve acesso a nada referente ao trabalho realizado pela Delloite. “Já solicitamos esse acesso apenas as informações, critérios e resultados utilizados pela Delloite, mas infelizmente nunca tivemos uma única informação seja pela Delloite, seja pela Prefeitura de Feira de Santana”, lamentou.

Marco acredita que os dados coletados pela Delloite não agradaram a prefeitura. “O bom senso nos leva a crer que os primeiros resultados da auditoria não foram satisfatórios à administração pública municipal. Qual o motivo de manter essas informações fechadas? Aliás entendo que pode ser considerado algo ilegal, já que é uma informação pública, contratada e paga pelo erário”.

Já o secretário de Planejamento, Carlos Brito, alega que uma comissão da Secretaria de Transportes e Trânsito não concordou com a metodologia da Delloite e por isso nada ainda foi divulgado. “O trabalho não foi concluído. A prefeitura não validou o Relatório 3. Não concordamos com a metodologia aplicada pela consultoria. Por esta razão o trabalho não foi concluído”, disse em entrevista ao Blog do Velame.

Brito não soube informar do que se trata o relatório 3 e disse ainda que foi pago pelo contrato apenas o que foi validado, e que ele só será quitado na integralidade depois da validação de todo relatório. Sobre o prazo de conclusão dos trabalhos, ele avaliou que a pandemia e eleição atrasaram o processo. “Com a volta do secretário de transportes que está de férias, acredito que tem que se resolver, desse jeito não pode ficar”, informou.

Um dos argumentos das empresas Rosa e São João para justificar o desequilíbrio financeiro é a falta de passageiros. Segundo as empresas, no edital de licitação a Prefeitura de Feira prometia quase de 2,5 milhões de passageiros mensalmente na cidade. Porém, ao implantarem o serviço não foi isso que encontraram. Marco Franco acredita que em números estimados, as empresas tem demanda de aproximadamente 582 mil passageiros pagantes a menos por mês do que foi informado no modelo de planilha de custos tarifário do edital. Esse deficit gera um prejuízo estimado para as empresas de aproximadamente 15 milhões anuais.

O próprio Brito concorda que pode ter havido uma estimativa acima da média no edital. “Eles tem razão em questionar o número de passageiros, mas isso não significa que exista um desequilíbrio financeiro. Existem outras variáveis que precisam ser melhor discutidas, já que com menos passageiros eles não precisam operar em sua totalidade”, argumentou.

O diretor da São João alerta que justamente por conta desse impasse é que foi contratada uma empresa especializada. “Sim, de certa forma isso é parcialmente correto. Obviamente que em decorrência dessa diminuição no numero de passageiros e consequentemente da receita, a oferta também foi reduzida ao longo do período, mas nem de perto a redução dos custos foi na mesma proporção da diminuição da receita estimada. Por isso a necessidade da contratação de uma empresa com experiência, credibilidade, know-how e independência para avaliar todo o cenário, quantificar esse possível desequilíbrio a acima de tudo propor soluções para os problemas apresentados”, alegou Marco.

Saulo Figueiredo, Secretário de Transporte e Trânsito foi procurado pela reportagem, mas está de férias e diagnosticado com covid-19 e por isso se encontra em isolamento. Procurada pelo Blog do Velame, a Deloitte não quis se pronunciar. “Em razão de compromissos de confidencialidade e ética profissional, a Deloitte não comenta a respeito de seus clientes ou de empresas do mercado”, limitou-se a dizer através da assessoria de imprensa.

Feira de Santana / 18 de fevereiro de 2021 - 13H 17m

Boulevard Feira promove atividade física gratuita no estacionamento 

Todos os domingos de fevereiro são dias de OpenFit no Boulevard Shopping de Feira de Santana. Para democratizar o acesso, proporcionando às famílias a prática esportiva ao ar livre, em ambiente aberto, o Boulevard promove, ao longo do mês, uma programação gratuita com aulões de dança e ginástica, aferição de pressão, massagens e outras atividades gratuitas para o público em geral. Quem quiser, poderá levar também patins, bicicleta, skate ou patinete para aproveitar o espaço exclusivo. A ação acontece sempre das 7h às 11h de domingo, no estacionamento E1 do shopping. Voltada ao estímulo de hábitos saudáveis, ao incentivo às práticas regulares de atividades físicas e à promoção da saúde, a iniciativa é uma forma de trazer famílias e amigos, possibilitando às pessoas vivenciar uma atividade multiesportiva no local. Mais que uma experiência de compra, o maior e mais moderno shopping do interior baiano investe também em serviços, lazer, práticas saudáveis e entretenimento para as famílias.  “Nosso objetivo é oferecer a melhor experiência ao cliente. Em tempos de distanciamento social e de restrições impostas pela pandemia, entendemos que proporcionar, às famílias, opções e momentos de descontração, sem perder de vista os cuidados, é fundamental. Isso só seria possível em um ambiente aberto. A ideia é utilizar o shopping de acordo também com o compromisso social que difundimos”, afirma Lidiane Melo, Gerente de Marketing do Boulevard Shopping. Para a realização do OpenFit, serão adotados, em integralidade, protocolos e normas técnicas sanitárias preconizadas pelas autoridades em saúde, como dispenser de álcool e aferição de temperatura no acesso ao evento. O uso da máscara é obrigatório.

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Feira de Santana / 17 de fevereiro de 2021 - 16H 09m

Mesmo com a pandemia, projeto Feira Sound System resiste

Fazer música e viver de cultura no Brasil já é sinônimo de resistência e, na pandemia, isso está longe de ser diferente. Mas o Feira Sound System que, desde 2018, já se tornou uma tradição na Princesa do Sertão, continua se reinventando. E a edição de 2021 promete: no mês de março, o evento ocorrerá de forma virtual e reunirá grandes artistas da cena local. Pra quem ainda não conhece, o “Feira Sound System” é um festival de música focado na difusão da cultura reggae regional e, além disso, reúne vários DJ’s, os chamados seletores, além de MC’s e B-Boys, dançarinos que animam ainda mais o projeto, típicos da chamada Cultura Sound System. Em 2018, foram realizadas as duas primeiras edições, uma no Zabumbar e outra no Beco da Energia, que se transformou em um verdadeiro celeiro cultural na cidade. Nessas edições, participaram importantes nomes do movimento, como o grupo Roça Sound, Magnata King Fyah, o produtor musical Lerry e nomes da nova cena do reggae feirense, como Jôh Ras, Toin Jornal e Gelmix. De lá pra cá, o projeto conseguiu influenciar iniciativas semelhantes em vários bairros e localidades periféricas de Feira, mostrando cada vez mais a sua força. Em 2020, já na pandemia, o movimento continuou resistindo e produziu uma terceira edição, o “Feira Sound Sytem Live Sessions”, reunindo artistas locais, com composições autorais inéditas e que acabou se transformando em um EP, produzido pelo Crossover Estúdio e gravado individualmente pelos músicos, em razão da pandemia do novo coronavírus. A iniciativa também ganhou um registro audiovisual, que está disponível no canal do YouTube do evento. Novamente com realização do Crossover Estúdio, o IV Feira Sound System também ocorrerá virtualmente, entre os dias 05 e 06 de março pelo YouTube e contará com uma programação formada por dez artistas feirenses que dialogam com a Reggae Music. Com apresentação de Ludimila Barros, esta edição busca trazer mais diversidade e respeito às minorias, com mais artistas mulheres, além de ter em sua grade, pela primeira vez, uma mulher trans, a cantora Bruna Vicci. A curadoria do festival é realizada pelo produtor musical LERRY e pelo anfitrião e músico DJ BOMANI (Band Spear) que, há pelo menos 10 anos tem relação com a cena reggae de Feira e já atuou com importantes artistas, como Jorge de Angélica, Monte Zaion, JardaFire e a Profecia, dentre outros. É importante ressaltar que o projeto foi aprovado pelo Edital de Chamamento Público nº 06/2020 – Seleção Pública para Patrocínio a Festivais Culturais e tem apoio financeiro da Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, via Lei Aldir Blanc, direcionado pela Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo do Governo Federal. O evento começará a partir das 19h, com duração de 02 horas por dia e contará com convidados especiais como Gilsan Reggae Man e o B-Boy Edy Murphy – Mete Dança. As atrações musicais serão alternadas com entrevistas entre os participantes, trazendo vivências e histórias da formação e desenvolvimento da cultura reggae em Feira de Santana.

Feira de Santana / 15 de fevereiro de 2021 - 15H 14m

Colbert diz que Feira vive pior momento da pandemia

O prefeito Colbert Filho (MDB) fez um alerta, nesta segunda-feira (15), sobre a situação da pandemia da covid-19 em Feira de Santana. “Neste momento estamos com a gravidade maior da doença do que em julho. É o momento pior da epidemia que está acontecendo agora”, disse em audio distribuído à imprensa. O prefeito relatou que mais de 80% dos leitos de UTI do Hospital de Campanha estão ocupados. “Esse Carnaval quem esta fazendo festa é a covid-19. Fazendo festa e matando”. Colbert, que é médico e revelou ainda que 446 pessoas já morreram da doença na cidade. Segundo o vacinômetro, a Prefeitura vacinou até agora 19.366 pessoas.

 

 

Câmara de Feira / 15 de fevereiro de 2021 - 15H 01m

Vereador acusa Estado de interromper parceria que ajudava zona rural de Feira contra a seca

O Governo do Estado interrompeu, em 2016, uma parceria mantida com a Prefeitura de Feira de Santana para oferta de carro-pipa e de outras ações de combate à seca neste município. A informação é do vereador Pedro Américo (DEM), à época coordenador da Defesa Civil, órgão da Secretaria de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos. Ele diz que foi mantido um relacionamento institucional saudável com o então superintendente estadual de Defesa Civil, Rodrigo Hita, “homem sensível e democrático”, que disponibilizou oito veículos para socorrer a zona rural de Feira. “Por uma ordem sabe-se lá de quem essa parceria foi encerrada, mesmo diante de um quadro de calamidade pública que se enfrentava, com uma das piores estiagens da história da cidade”. A situação se agravou com o “sucateamento” da CERB (Companhia de Engenharia Rural da Bahia), conforme o vereador. O órgão  não atendeu a ofícios da administração de Feira de Santana solicitando perfuração de poços. Pedro Américo entende que os esforços devem ser conjuntos entre as gestões local, estadual (através da Embasa), e federal, nesta última esfera, especialmente o Exército, “que disponibiliza apenas um carro-pipa” ao município.

Política / 12 de fevereiro de 2021 - 10H 05m

Deputado reforça pedido de duplicação da BA-502 no trecho entre Feira e São Gonçalo

Nesta quinta-feira (11), em agenda com o governador Rui Costa no município de São Gonçalo dos Campos, o deputado estadual Angelo Almeida solicitou a duplicação da BA-502 no trecho que liga a cidade a Feira de Santana. “Peço que o senhor veja com carinho a possibilidade de duplicar a BA São Gonçalo – Feira de Santana porque ela é muito importante para o desenvolvimento estratégico de nossa região. Somos cidades coirmãs, nós convivemos muito, Feira e São Gonçalo são cidades que vivem uma com a outra e vivem muito bem”, disse o parlamentar. A duplicação da via foi solicitada também por meio de indicação apresentada à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A rodovia é uma das mais movimentadas do Estado, especialmente no trecho entre as duas cidades, devido a expansão urbana e comercial nessa área, especialmente com a instalação de fábricas, grandes galpões industriais, postos de combustíveis e outros empreendimentos. Rui Costa esteve em São Gonçalo dos Campos para inaugurar o Complexo Poliesportivo Educacional integrado ao Colégio Polivalente com campo de futebol society, pista de atletismo, quadra de vôlei de areia e academia aberta. Passaram por requalificação, a quadra coberta, arquibancada e área de convivência. Também houve reforma de muro e intervenções de paisagismo e urbanização, com passeio de concreto e piso intertravado. Na oportunidade, Angelo também parabenizou Rui pelo trabalho e ressaltou a importância do novo equipamento para o povo são-gonçalense: “Quando nós chegamos aqui hoje e observamos uma reforma, modernização ampla de um colégio importante como esse para a nossa região, para a cidade de São Gonçalo, para os jovens dessa cidade, a gente vê o coração vibrar e pulsar mais forte, governador, porque não é à toa que o senhor é considerado hoje e já é há muito tempo o melhor governador desse país”.

Feira de Santana / 11 de fevereiro de 2021 - 16H 27m

Feira tem a menor taxa de morte por Covid a cada 100 mil habitantes entre 28 cidades

Entre 28 capitais e municípios do país, Feira de Santana apresenta a menor taxa de morte por Covid-19 a cada 100 mil habitantes. São 74 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. O comparativo leva em consideração cidades com população entre 500 a 895 mil.  Em seguida, o município de Ananindeua (PA) que possui 530.598 habitantes, também apresenta melhor situação. São 77 óbitos, na sequência Caxias do Sul (RS) com 80.  Mesmo em locais com quantitativo populacional semelhante, entre 600 mil, Feira continua com o menor índice de mortes. Em seguida Contagem (MG) com 101 e Sorocaba (SP) com 102.   O cálculo de óbitos a cada 100 mil habitantes é utilizado pela epidemiologia por oferecer um recorte mais preciso. Atualmente 93% dos casos diagnosticados em Feira de Santana até esta quarta-feira, 10, estão recuperados. Confira abaixo os índices de morte por covid-19 a cada 100 mil habitantes em municípios e capitais:

Entre os municípios acima de 500 mil habitantes: Ananindeua – PA (77), Caxias do Sul – RS (80), Belford Roxo – RJ (82), Florianópolis – SC (86), Londrina – PR (91), Joinville – SC (110), Aparecida de Goiânia – GO (112), Juiz de Fora – MG (129), Campos dos Goytacazes – RJ (135), Serra – ES (143), Macapá – AP (162), Niterói – RJ (178) e Porto Velho – RO (206).

Entre os municípios acima de 600 mil habitantes: Contagem – MG (101), Sorocaba – SP (102), Uberlândia – MG (123), Aracajú – SE (157), Osasco – SP (157) e Cuiabá – MT (226).

Entre os municípios acima de 700 mil habitantes: São José dos Campos – SP (105), Jaboatão dos Guararapes – PE (146) e Ribeirão Preto – SP (164).

Municípios entre 800 a 895 mil habitantes: Nova Iguaçu – RJ (121), Natal – RN (150), Campo Grande – MS (150), Teresina – PI (151), João Pessoa – PB (159) e São Bernardo do Campo – SP (165).

Personagens de Feira / 10 de fevereiro de 2021 - 07H 00m

PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp

Por Rafael Velame

As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados. 

Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?

Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.

Onde foi criado em Feira, como foi a infância?

Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé. 

A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente. 

Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma. 

Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem. 

Por que foi pra São Paulo?

Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão. 

A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo. 

O que é o Sertãopunk?

O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk. 

A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião. 

Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro. 

Quais livros já publicou?

Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk. 

É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?

Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo. 

E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom. 

Como foi o processo de criação do Lago Aruá?

O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá. 

Você se define um escritor de que tipo?

Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense. 

Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai. 

Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo. 

Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….

Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço. 

Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo. 

Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?

O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional. 

Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje. 

Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz. 

É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?

É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado? 

Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado. 

Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.

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Feira de Santana / 03 de fevereiro de 2021 - 10H 14m

Prefeitura de Feira segue vacinando profissionais de saúde e aumenta exigência

Em Feira de Santana agora é um requisito apresentar o cartão SUS ou comprovante de residência para vacinação contra a Covid-19, a partir desta quarta, 03. O intuito é garantir que a vacinação seja exclusiva dos munícipes. As pessoas que não apresentarem a documentação exigida ou que não morem em Feira de Santana não poderão tomar a vacina. Neste momento a vacinação continua sendo limitada apenas aos profissionais e trabalhadores da saúde. Esta exigência não exclui a necessidade de apresentar documento original com foto, CPF, comprovante de vínculo de trabalho em instituição de saúde ou carteira do conselho da área de atuação. “É uma decisão necessária para garantir a imunização dos nossos munícipes”, pontuou o secretário de Saúde, Edval Gomes. A decisão de vacinar profissionais de saúde, mesmo aqueles que não estão trabalhando em unidades hospitalares e clinicas, causou polêmica e diversos questionamentos nas redes sociais.  “Isso é um absurdo! Indignada com tudo isso, nossos idosos trancados dentro de casa, muitos com depressão, o povo jovem que nem trabalha já vacinados, muitos postando nos seus stories, que triste”, escreveu uma usuária do Instagram.

Câmara de Feira / 02 de fevereiro de 2021 - 15H 32m

Vereador acusa presidente de sindicato e sugere CPI para o transporte coletivo em Feira

O presidente da Câmara, Fernando Torres (PSD), usou a tribuna pela primeira vez nesta legislatura, na sessão desta terça-feira (2), para se pronunciar sobre um assunto, considerado por ele, polêmico: a situação do transporte público de Feira de Santana. Durante seu discurso, Fernando propôs a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a situação e quebrar o sigilo bancário do Sindicato. “Vejo o transporte público em Feira de Santana de forma caótica, porque o presidente do Sindicato dos Rodoviários é bandido. A imprensa e a população têm horas que culpam o prefeito que aí está (Colbert Martins Filho) e o que já esteve (José Ronaldo). Mas o problema é que o presidente desta entidade é vendido; ele tentou tomar o Sindicato e não conseguiu. É de Alberto Nery que estou falando: bandido”. Conforme Fernando, Nery “vende o sindicato às empresas de ônibus” e, por isso, “o transporte não anda”. “Como vai haver negociação entre empregador e trabalhador se o presidente não defende quem é pra defender, que é o trabalhador?”. E agradeceu o fato de “o povo não ter reeleito Nery”. Disse que não culpa a Prefeitura “pelo transporte caótico de Feira” e sugeriu a instalação de uma CPI. “Minha assinatura será a primeira para podermos quebrar o sigilo bancário daquele bandido”, afirma. Com a investigação, Fernando acredita que será possível “provar que aquele presidente do Sindicato é comprado”. Revela, ainda, que ao chegar na Casa existia um “zum zum zum sobre a quantidade de dinheiro de empresários voltados para o transporte público”. “Estou aqui defendendo o prefeito e a prefeitura do caos que aí está. Como o transporte de Feira vai andar bem se o presidente do sindicato é vendido?”.

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