Parlamentares reagem à possível aproximação do prefeito José Ronaldo com Jerônimo
Se a relação de Jerônimo Rodrigues (PT) com o ex-prefeito Colbert Martins (MDB) não era das mais cordiais, com José Ronaldo (União Brasil) o trato tem ganhado um outro tom, despertando olhares atentos de aliados.
Nos primeiros meses do seu governo, o prefeito tem mostrado disposição em caminhar em sintonia com o Governo do Estado, dando gestos concretos de aproximação com o chefe do executivo baiano.
Nesta semana, por exemplo, os dois participaram juntos da cerimônia de assinatura da ordem de serviço para a duplicação do Anel de Contorno de Feira de Santana. Com um clima amistoso, o prefeito e o governador não economizaram nas cortesias. Ronaldo chegou a considerar a ocasião como o dia mais feliz da sua vida.
Diante desta aproximação, o grupo de oposição no Estado observa atento os passos, em vistas de 2026, embora acredite que não há possiblidade do prefeito desembarcar no grupo que comanda a Bahia há mais de duas décadas.
Em entrevista ao Blog do Velame, o vereador Ismael Bastos (PL) classificou a parceria como meramente institucional, apostando na fidelidade de Ronaldo, com base em sua trajetória política.
“Apenas vejo que o prefeito está seguindo o que diz a Constituição, tendo uma relação institucional harmônica, mas daí, se o governador estiver iludido, que lá na frente o prefeito José Ronaldo apoiá-lo, eu tenho certeza, não há dúvidas, que não haverá apoio político do prefeito a Jerônimo, em virtude do histórico político de José Ronaldo, também das bandeiras que ele defende, que é muito diferente do que o PT defende”, apontou Ismael.
Ainda nesta quinta-feira (22), o parlamentar aproveitou para fazer críticas ao governador, recordando o episódio em que Jerônimo sugeriu “mandar para a vala” os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Jerônimo disse que quem não votou nele teria que colocar em uma vala. E nós sabemos que José Ronaldo não votou em Jerônimo. Então, nas palavras de Jerônimo, até o próprio José Ronaldo, deveria ir para a vala. Não acredito em uma aproximação político-partidária”, completou.
Ao blog, o petista Professor Ivamberg também avaliou os rumores de um possível desembarque do chefe do Paço Maria Quitéria no ninho estadual. Ele destacou a importância dessa parceria para o Município.
“Para além de uma possível aproximação, acho que a gente tem que pensar na melhoria da nossa cidade. O governador está mantendo um diálogo com o prefeito e o seu secretariado. O grande objetivo é que nossa cidade possa melhorar e que o Governo do Estado possa apoiar de forma mais contundente, mais forte, Feira de Santana, algo que não aconteceu no governo passado porque não tinha diálogo. Eu mesmo pude presenciar a secretária de Saúde do Estado me pedir pessoalmente para que falasse com a Secretaria de Saúde do Município para, por exemplo, receber materiais e equipamentos de UBS, que estavam lá para Feira e não eram recebidos”, destacou o vereador de oposição.
O vereador oposicionista pregou cautela quanto a qualquer análise, avaliando que este é um cenário incerto e que, portanto, seria precipitado fazer qualquer prognóstico de uma possível aliança.
“Se vai haver aproximação política futura, não sei lhe precisar, mas sei que esse diálogo está acontecendo e é bom para a gente, é bom para Feira de Santana. Acho um pouco precipitado falar sobre isso, porque são diálogos, mas eu faço parte de um grupo. Se isso (aliança) fosse acontecer, seria avaliado como nos posicionaríamos”, concluiu ao blog.
