Prefeito sanciona lei que reconhece Rua Nova como patrimônio imaterial de Feira
A Rua Nova, um dos territórios mais tradicionais e simbólicos de Feira de Santana, agora é oficialmente reconhecida como patrimônio cultural imaterial do município. A lei foi sancionada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, após aprovação na Câmara Municipal, a partir de projeto apresentado pelo vereador Flávio Arruda, o Galeguinho SPA.
Mais do que ruas e casas, a Rua Nova guarda memórias, saberes e tradições que moldaram a identidade negra da cidade. Suas vielas e esquinas são palco de manifestações culturais, artísticas, religiosas e gastronômicas que resistem ao tempo. O novo título abre portas para políticas públicas que incentivem a preservação e o fomento dessas expressões.
O bairro, que nasceu de um gesto solidário de dona Ernestina Carneiro — a dona Pomba —, foi formado há cerca de 80 anos, quando ela doou terrenos para famílias sem moradia. Ali se criou um verdadeiro quilombo urbano, berço de diversidade e epicentro da música local, especialmente dos ritmos herdados das senzalas.
Nas ruas ainda de chão batido surgiram escolas de samba que marcaram a Micareta de Feira, como a Escravos do Oriente, conduzida por Mamãe Socorro, a Unidos de Padre Ovídio e o Império Feirense. Os tambores e atabaques seguem ecoando, assim como as vozes de nomes como Jorge de Angélica e Dionorina, ícones da música negra feirense.
