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Feira de Santana / 02 de novembro de 2022 - 11h 29m

Com salários atrasados, médicos da Upa da Queimadinha divulgam carta aberta e avaliam restrição no atendimento

Com salários atrasados, médicos da Upa da Queimadinha divulgam carta aberta e avaliam restrição no atendimento
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Neste dia 02 de novembro, o corpo médico da UPA da Queimadinha divulgaram uma carta aberta para relatar atrasos salariais e o Blog do Velame teve acesso ao conteúdo integral do manifesto que, entre outras coisas, solicitam assistência do Ministério Público e cogita-se a restrição do atendimento médico, caso o atraso persista.

“Já é do conhecimento de todos as condições enfrentadas pelos médicos da Upa Queimadinha, entre elas: a superlotação da unidade com pacientes internados em condições irregulares de alocação, bem como atraso no pagamento do salário dos médicos que vem ocorrendo frequentemente no último ano. O último pagamento realizado foi referente ao mês de julho que foi pago no dia 29 de setembro de 2022, sendo que o prazo sempre foi até dia 20 de cada mês.

Os atrasos já são comuns, haja vista que os pagamentos sempre ocorrem fora da data prevista, assim como os pedidos de paciência para receber o salário sempre atrasado. No entanto, atualmente as condições de trabalho vêm ficando insustentáveis, unidade cada vez mais lotada, equipe casa dia mais sobrecarregada e não vemos mudança em relação a regularização da data de pagamento e muito menos em relação a aumento dos valores do plantão.

Há cerca de 4 meses o corpo clínico desta Unidade se mobilizou para demonstrar, por meios legais, a insatisfação com a gestão que atualmente vem deixando de lado as obrigações com os profissionais médicos, que atuam principalmente na linha de frente junto à população para prestar atendimento de qualidade mesmo diante do fluxo intenso de pacientes que se dirigem à nossa unidade e que são internados para regulação.

Após nossa manifestação, foi feito o pagamento e no mês seguinte recebemos até antes da data prevista. Contudo, isso não se manteve e mais uma vez voltamos a irregularidade salarial com a mesma desculpa de sempre que “os valores pagos pela prefeitura ao InSaude foram insuficientes para o pagamento do corpo médico”.

O que não conseguimos entender é que se o pagamento mensal é sempre o mesmo, já que há anos não há ajuste do valor do plantão, porque o repasse é feito com valores insuficientes? Ao nosso ver, não existe justificativa.

Lembramos também que além do atraso salarial os médicos da Upa Queimadinha estão enfrentando plantões cada dia mais superlotados com pacientes graves internados, muitos destes internados em poltronas, ocupando salas de medicação, sutura e por vezes leito de parada, o que expõe nosso trabalho técnico, dificulta o atendimento, expõe os pacientes a condições inapropriadas, levam ao esgotamento do corpo clínico, equipe de enfermagem e técnicos. Além de gerar atendimentos rápidos que podem induzir ao erro.

Sendo assim, entendemos que os atrasos salariais configuram um total descaso com essa população que procura nosso atendimento, ocasionando insatisfação, desvalorização dos profissionais, além de ser um desrespeito com as pessoas que estão na luta pela manutenção da saúde dos feirenses.

Pontua-se que nossos compromissos não esperam. Bancos não suspendem juros e nossas famílias precisam de nós e para eles, sem dúvidas, somos muito importantes.

É de conhecimento de toda a população de Feira de Santana a excelência do trabalho entregue pelos médicos que compõe está Unidade, apesar de todos os percalços que nos são impostos e condições de trabalho.

Viemos por meio desta solicitar junto ao Ministério Público e ao CREMEB as medidas cabíveis para manutenção do trabalho fornecidas à população de Feira de Santana.

Solicitamos também ao InSaude e a Prefeitura regularização das contas médicas desta unidade aqui citada a partir da presente data.

É inadmissível que para receber o que é de direito seja necessário tornar público toda essa situação. Até quando continuaremos vivenciando mês a mês atraso salarial? Até quando precisaremos ter “paciência” para receber o sustento? Até quando precisaremos mês a mês procurar orientações jurídicas, sindicatos, CREMEB e outros órgãos protetores para valorização de um serviço que é essencial à vida?

Diante do exposto, entende-se ser mais que suficiente um prazo máximo de 24 horas, após o encaminhamento desta carta, para uma tomada de posição da Prefeitura de Feira de Santana, InSaúde e CREMEB em relação ao atraso salarial, bem como regularização da data de recebimento do mesmo a partir deste mês.

A intenção não é de prejudicar à população, mas caso não ocorra uma postura da prefeitura quanto a regularização, a possibilidade de Restrição do Atendimento Médico será cogitada.

O descaso e desvalorização dos trabalhadores médicos não podem continuar!

Seguiremos honrando o juramento que por nós foi feito: o de preservar e respeitar a vida humana ainda que a nossa dignidade esteja ferida e os nossos valores desrespeitados”.


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