Delegado revela que agentes públicos e servidores estão entre alvos de operação: ‘É o estado leiloado ao crime organizado’
A manhã desta terça-feira (26) começou agitada em Feira de Santana. Uma ampla operação, logo nas primeiras horas do dia, culminou na prisão de um advogado, suspeito de destruir provas digitais de crimes orquestrados por uma milícia, com atuação na região.
A Operação Patrocínio Indigno é um desdobramento da ‘El Patron’, que investiga, desde 2023, um grupo criminoso investigado por crimes como lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada.
Em coletiva realizada virtualmente, pela Polícia Federal, o delegado Geraldo Sérgio Silva de Almeida explicou que entre os alvos estão servidores, agentes e, até mesmo, políticos envolvidos no esquema.
“O termo facção criminosa é um termo abrangente, mas o que podemos afirmar, é que se trata de uma milícia, é o estado leiloado ao crime organizado, tendo em vista que há integrantes do próprio Estado participando de atividades criminosas, sejam agentes públicos, servidores do sistema de segurança pública, como também agentes políticos envolvidos e entre outros criminosos”, explicou.
Ainda na oportunidade, o delegado explicou o nível do prejuízo ocasionado às investigações após a destruição de provas por parte do advogado, que teve a prisão acompanhada pela OAB.
“Durante o curso das investigações, ficou evidenciada a participação de um advogado, em que ele teve acesso a um dos presos da operação El Patrón e, a partir daquele momento, ele repassou as informações que o custodiado havia declinado a ele para outros integrantes da organização a fim de que procedesse com a destruição das provas. É um enorme prejuízo para as investigações, tendo em vista que este é um dos nossos casos descobertos, não sabemos se esses investigados já adotaram outras providências para destruir outras provas”, completou.