Espetáculo “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser” em nova temporada no Centro de Cultura Amélio Amorim

A Cia ÚNICA de Teatro retorna aos palcos no mês de julho com a nova temporada do espetáculo “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser”, obra que discute o tempo como aliado e adversário na jornada de três jovens negros. As apresentações acontecem de 11 a 20 de julho, no Centro de Cultura Amélio Amorim, sempre às sextas e sábados, às 20h, e também aos domingos, às 18h. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro no dia da apresentação ou na plataforma Sympla.
Com direção e dramaturgia de Onisajé, “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser” conta a história de Dofona, Dofonitinho e Famo, três yawôs e estudantes de teatro em vias de montar a peça de formatura, vão ao seu terreiro de Candomblé pedir a sua yalorixá que pergunte a Iroko, o Orixá do tempo, como se pode ter tempo para ser. Como eles, jovens negros, que são alvo de um genocídio estrutural e sistêmico, podem desviar das balas do racismo e envelhecer? E na luta para envelhecer como se tem Tempo para ser e não apenas para ter? A discussão sobre o tempo nunca se fez tão necessária diante de uma sociedade cada vez mais acelerada, que ainda nega o tempo da existência negra, em busca de respostas imediatas, onde há uma necessidade constante de produtividade. A peça é um convite para que o público seja transportado para reflexões sobre a importância da ancestralidade, da espiritualidade e da arte como ferramentas de empoderamento e transformação, mudando a perspectiva sobre o tempo cronológico e reverenciando o tempo que não se conta, mas que se vive e se aprecia.
Numa jornada de autodescoberta, os protagonistas encontram Iroko e, através de música, teatro, dança e poesia, a história é contada de maneira poderosa e tocante. A atriz Júlia Lorrana, que interpreta a personagem Dofona disse que: “Vivenciar o processo desse espetáculo, onde o meu tempo também foi posto à prova, foi transformador em diversos aspectos . Senti uma mudança no meu ser enquanto artista, assim como um indivíduo em busca de muitos caminhos. E o mais incrível é que, sempre que me sinto acelerada, retorno ao texto, aos pontos, trago meu olhar para dentro de mim e me concentro nessa energia. Acredito e espero que o público possa sentir o mesmo.”