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Feira de Santana / 27 de fevereiro de 2023 - 06h 33m

“Fiquei lá 22 dias, parecendo que fiquei uns dez anos”, diz baiano resgatado de trabalho semelhante à escravidão em vinícola no Sul

“Fiquei lá 22 dias, parecendo que fiquei uns dez anos”, diz baiano resgatado de trabalho semelhante à escravidão em vinícola no Sul
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“Fiquei lá 22 dias, parecendo que fiquei uns dez anos”. Essa é uma afirmação de um trabalhador que foi resgatado de trabalho análogo à escravidão pela Polícia Rodoviária Federal, em uma parceria com o Ministério do Trabalho, Polícia Federal e outros órgãos, no Rio Grande do Sul.

Nesta segunda (27), os baianos resgatados passaram por Feira de Santana para receberem os primeiros atendimentos assistenciais em uma parceria da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

Em entrevista ao Grupo Lomes de Comunicação, um trabalhador que por motivos de segurança não terá seu nome revelado, contou alguns detalhes sobre o que aconteceu no Rio Grande do Sul. O homem revelou que estava com muita saudade da família, cansado e que não via a hora de retornar para casa. “O trabalho lá era um trabalho difícil. Saímos daqui com um objetivo, pensando que era um trabalho digno, quando ‘chegou’ lá, não era. Era um trabalho totalmente diferente daquele que falaram com ‘nós’, pra gente trabalhar no parreiral, colhendo uvas, depois a gente ia para a vinícola, mas aí a gente trabalhava de duas da tarde, até meia-noite”, disse o homem resgatado.

Cerca de 200 homens foram encontrados em situação semelhante à escravidão, na semana passada, depois que três trabalhadores buscaram a unidade operacional da PRF em Caxias do Sul dizendo que tinham fugido de um alojamento em que eram mantidos contra a sua vontade. Eles relataram aos policiais que estavam sendo submetidos à condições degradantes de trabalho, como atrasos nos pagamentos dos salários, submetidos a uma exaustiva jornada de trabalho, alojados em uma edificação precária e a eles eram ofertados alimentos estragados. E além das condições desumanas de trabalho, os homens disseram que eram humilhados, recebiam ameaças verbais e agressões físicas.

As empresas envolvidas no caso são as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, que repudiaram qualquer espécie de trabalho análogo à escravidão e manifestaram solidariedade aos trabalhadores resgatados.


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