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Feira de Santana / 16 de julho de 2023 - 17H 34m

Morador de Feira de Santana presta ocorrência contra ex-participante do BBB por suposto estelionato

O ex-participante do Big Brother Brasil Nego Di está sendo acusado de suposto estelionato por um morador de Feira de Santana. Uma ocorrência foi registrada no sábado (15), segundo a Polícia Civil.

O feirense denuncia ter comprado uma televisão e um celular em abril do ano passado através do influenciador. No entanto, alega que nunca recebeu os aparelhos e nem foi reembolsado.
O procedimento foi registrado em uma Delegacia Virtual, e será encaminhado para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Feira de Santana, que vai apurar o caso, informa o jornal Correio.

O humorista participou do reality show em 2021, sendo eliminado com 98,76% dos votos. Ele possui uma loja virtual e anuncia promoções em seu Instagram.

MUNICÍPIOS / 14 de julho de 2023 - 07H 06m

Canindé, Rachel Reis e Hungria se apresentam no primeiro fim de semana de shows do Cidade Jardim Festival 2023

O Jardim de Inverno traz a partir dessa sexta-feira (14) uma programação recheada de música e entretenimento para São Gonçalo dos Campos. Artistas como Canindé, Rachel Reis, Hungria Hip Hop e Queen Celebration in Concert são algumas atrações que prometem esquentar o clima na cidade nesse primeiro final de semana. O evento faz parte da segunda edição do Cidade Jardim Festival, que segue se consolidando no calendário artístico e cultural do interior da Bahia.

De acordo com o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Vinicius Leal, o clima é de muita expectativa e animação na cidade. “Estamos finalizando todos os preparativos para que a festa ocorra com conforto, segurança e muita tranquilidade. A estrutura do Jardim de Inverno foi pensada com muito carinho e amor para agradar a todos”, destacou.

A Praça da Matriz, onde haverá o evento, fica localizada no centro da cidade e ganhou uma decoração belíssima para criar o clima do inverno.  A arquiteta responsável pelo projeto do Cidade Jardim Festival, que englobou o Jardim do Forró e agora o Jardim de Inverno, diz que um dos destaques desse ano, além da decoração típica da estação, é uma praça de alimentação. “Quem estiver participando dos shows vai encontrar um espaço reservado para barracas de alimentação, trazendo mais conforto e organização ao local. Também estarão distribuídas ao redor da Praça da Matriz, barracas de artesanato, proporcionando mais entretenimento e reforçando o aspecto artístico e cultural da cidade”, disse.

A programação nessa sexta-feira terá início a partir das 20h30, com o Grupo Preferência Nacional, uma atração local que se apresentará no palco alternativo, mais conhecido como “Coretão”. No palco principal se apresentarão as bandas: 80 na Pista, trazendo clássicos dos anos oitenta, X10 com o ritmo de arrocha e o romantismo de Canindé.

No sábado, os ritmos são bem variados e deve agradar a todos, começando pelo reggae da banda Maturência, que é de São Gonçalo dos Campos. Também se apresentam Queen Celebration in Concert, a cantora feirense Rachel Reis, Hungria Hip Hop e Arena Records e Gang 75.

Ainda no sábado, o Coletivo Literário Arte de Escrever vai apresentar um Tributo à Gal Costa, no Cine Teatro, às 19h. Para quem era fã da cantora baiana, vale a pena relembrar as inesquecíveis interpretações de Gal, entre músicas e poemas.

E no domingo, dia 16, o riso vai tomar conta da cidade. A partir das 18h os humoristas Renato Piaba e Zé Lezin farão uma animada apresentação trazendo histórias que vão fazer o público dar muitas risadas. Para conferir as toda a programação do Jardim de Inverno, acesse a página: www.cidadejardimfestival.com.br

Feira de Santana / 22 de junho de 2023 - 15H 24m

Dois feirenses estão na disputa para produzir conteúdo na Copa do Mundo feminina de futebol

O talentoso criador de conteúdo Tiago Rocha, conhecido por suas dicas de inglês com muito humor, comemora mais uma conquista em sua carreira. Depois de ter sido vencedor do concurso “Nossa Seleça da CBF” em 2022, para compor o time de criadores de conteúdo da seleção brasileira na Copa do Catar, Tiago, pela segunda vez, está entre os pré-selecionados a compor o time de criadores da Seleção Feminina que disputa no próximo mês a Copa do Mundo, na Austrália e Nova Zelândia.

Com mais de 800 mil seguidores em suas redes sociais, Tiago Rocha é reconhecido como embaixador do TikTok Brasil, já dirigiu uma websérie para a Netflix Brasil e recentemente concedeu uma entrevista à Forbes, na qual compartilhou sua expertise em produção de conteúdo.

Além de Tiago, outra talentosa feirense está na disputa: a professora de música Denise Fersan. Seu trabalho inspirador consiste em levar crianças de escolas públicas ao cinema para assistir a grandes filmes, proporcionando experiências culturais enriquecedoras.

A segunda edição do projeto “Nossa Seleça”, uma parceria entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Arara, tem como objetivo levar um time de criadores de conteúdo para acompanhar a Copa do Mundo. Nesta edição, uma equipe também permanecerá no Brasil para promover ações e se conectar com os torcedores.

A votação está aberta ao público e você pode apoiar Tiago e Denise acessando o site (https://www.nossaseleca.com.br/votacao).

Feira de Santana / 16 de maio de 2023 - 08H 36m

João Pimenta apresenta show solo “O Pimentaverso” em Feira de Santana, dia 18 de maio

O stand-up comedy tem conquistado o feirense. Depois do sucesso do show do Vatapá Comedy Clube, João Pimenta volta à Princesa do Sertão para apresentar o seu show solo “O Pimentaverso”, no dia 18 de maio, às 21h, no Teatro da CDL.

O comediante reúne suas referências e vivências de um homem negro, periférico e suas histórias mais mirabolantes.  “O Pimentaverso” é o seu primeiro solo de Stand up Comedy. Passeando pelo passado, presente e até um vislumbre do futuro, o comediante baiano com 16 anos de carreira, nos dá um gostinho de todo caos, aleatoriedade e causos inusitados que marcaram sua trajetória.

O show tem 1h30 de duração e classificação indicativa de 16 anos.  Os ingressos podem ser comprados no Sympla, através do Sympla. no valor de R$35,00(meia entrada+taxas) e R$70,00(inteira+taxas).

Sobre João Pimenta

João Pimenta é natural de Pojuca-BA, escreve textos e contos desde a infância, já vendeu coxinha numa lan house e morava na rua onde “tudo acontecia”, de onde tirou suas primeiras histórias. Desde 2011 produzindo pra internet e desde 2009 fazendo stand up comedy, João mantém-se entre as atividades digitais, palco, séries e esquetes. João é formado em comunicação e em 2020 integrou o elenco do Porta dos Fundos, maior humorístico da América Latina, onde está atualmente roteirizando e atuando.

Serviço:

O que: Show de Stand up “O Pimentaverso”, com João Pimenta
Quando: 18.05.2023, às 21h
Onde: Teatro da CDL, Feira de Santana
Duração: 1h30
Valor: R$35,00(meia)/R$70,00(inteira)
Classificação: 16 anos

Feira de Santana / 09 de maio de 2023 - 13H 01m

Nova temporada do espetáculo sobre Lucas da Feira em cartaz no Teatro do Cuca

O Grupo Recorte de Teatro traz de volta aos palcos a peça teatral aclamada pelo público em uma nova temporada nos dias 12 e 13 de maio, às 20h, no Teatro do Cuca. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla ou na bilheteria do teatro nos dias das apresentações. Desde a sua estreia, em 2019, a obra é sucesso de público e crítica, por contar a história de Lucas Evangelista, um negro escravizado que fugiu, indo contra o sistema no qual vivia, passando mais de 20 anos entre as matas e estradas que
ligavam Feira a outras cidades do interior da Bahia, se tornando um símbolo de resistência.

Infelizmente, pouco se sabe sobre a sua trajetória antes de se tornar uma lenda viva, e foi pensando nisso que o autor e diretor do espetáculo, Fernando Souza, que também é historiador, decidiu escrever sobre Lucas da Feira. “Conheci a história de Lucas na faculdade e sempre me causou muito interesse. Li muito, teses de doutorado, dissertações de mestrado e conversei com pessoas. Fiz uma pesquisa bem apurada e tentei trazer isso para o texto teatral”, disse.

O espetáculo tem um processo de construção e pesquisa do século XIX bem fundamentado e bastante dinâmico com 14 atores em cena, que se dividem em mais de 32 personagens, para falar sobre a figura histórica e as mazelas deixadas pelo sistema escravista. E além de contar com uma trilha sonora original, traz discussões como racismo estrutural, patriarcado, machismo e abusos a que os pretos eram submetidos, principalmente sexuais com relação às mulheres escravizadas.

A história de Lucas da Feira divide opiniões. Há quem acredite que o sujeito foi um herói, símbolo de sobrevivência, resistência e luta, enquanto outros acreditam que ele foi um bandido. Porém, o Grupo Recorte se destaca por trazer em seus trabalhos realismo, pesquisa, humor e crítica social, logo, o intuito é sempre propor a reflexão e não levantar bandeiras.

Ao ser indagado sobre o porquê é importante falar de Lucas da Feira em 2023, o ator Tom Nascimento, que interpreta Lucas Evangelista em sua terceira fase, diz que “falar de Lucas da Feira é necessário não só em 2023 e sim a todo tempo, porque falar dele é falar da história de Feira de Santana, é fazer perpetuar a nossa história, a história dos nossos ancestrais, é lembrar que antes da gente, vieram outros que lutaram, mesmo que à sua maneira – e aqui eu não estou valorando se
Lucas foi herói ou bandido – e sim que foi uma pessoa que se rebelou contra o sistema escravocrata da época e não aceitou sua condição de escravizado. Então essa memória não pode ser perdida.”

Serviço:
Espetáculo: Lucas da Feira: o sujeito antes do mito
Local: Teatro do Cuca
Data: 12 e 13/05
Horário: 20h
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia – válida para professores, artistas,
estudantes, PCDs e idosos acima de 60 anos)
Link do Sympla. 

Feira de Santana / 27 de abril de 2023 - 08H 37m

Vatapá Comedy Club abre sessão extra em Feira de Santana

Vatapá Comedy Club abre sessão extra em Feira de Santana
O grupo se apresenta nesta sexta-feira(28) às 19h e às 21h no teatro da CDL

Esgotou. Todos os ingressos para o show do Vatapá Comedy Club, que se apresenta em Feira de Santana nesta sexta-feira (28) foram vendidos e como a procura não parou, uma sessão extra foi aberta. Será às 19h do mesmo dia, no teatro da CDL.

Os ingressos podem ser comprados no Sympla, através da plataforma Sympla.

O quarteto baiano volta ao palco do Teatro da CDL em clima de muito humor. As apresentações serão marcadas por piadas quentinhas. O grupo que reúne os principais expoentes da comédia stand-up baiana, formado pelos comediantes Jhordan Matheus, João Pimenta, Matheus Buente e Tiago Banha, traz a visão sempre bem humorada da nossa realidade.

Temas como música, televisão, relacionamentos, família e até a história da Bahia, não ficam de fora da criatividade nem da língua afiada dos comediantes, que se revezam no palco. Nos últimos anos, o quarteto acumula apresentações por diversas capitais do país e agora volta à cena baiana, reunindo sua formação completa, em show inédito em Feira de Santana.

Feira de Santana / 17 de abril de 2023 - 09H 31m

Grupo Vatapá Comedy Club se apresenta dia 28 de abril em Feira de Santana

O quarteto baiano volta ao palco do Teatro da CDL em clima de muito humor. A apresentação será marcada por piadas quentes. A apresentação do grupo, que reúne os principais expoentes da comédia stand-up baiana, formado pelos comediantes Jhordan Matheus, João Pimenta, Matheus Buente e Tiago Banha, traz a visão sempre bem humorada da nossa realidade.

Temas como música, televisão, relacionamentos, família e até a história da Bahia, não ficam de fora da criatividade nem da língua afiada dos comediantes, que se revezam no palco.

Nos últimos anos, o quarteto acumula apresentações por diversas capitais do país e agora volta à cena baiana, reunindo sua formação completa, em show inédito em Feira de Santana. Os ingressos podem ser comprados no site sympla.com.br.

Sucesso no Youtube e uma das principais caras da rede de vídeos na Bahia, João Pimenta possui mais de 800 mil inscritos em seu canal. Nascido na cidade de Pojuca, o “Rei das Redublagens” tem uma carreira de mais de dez anos nos palcos. A marca registrada de “Seu Pimenta” é misturar causos da infância com as situações voltadas ao universo nerd. O artista é ainda componente do grupo Porta dos Fundos, tendo ainda participação em diversos outros projetos nacionais junto a empresas como Disney, Amazon e MultiShow,

Conhecido por abordar temas como racismo e ser dono de um humor ácido e crítico, Tiago Banha é um dos mais antigos comediantes do gênero stand up em Salvador. O humorista coleciona apresentações em diversas cidades do estado da Bahia ao longo de sua carreira. Além de comediante, Banha também é dono da página Frases de Baiano – um das maiores páginas de humor e entretenimento da Bahia – e foi já participou de projetos como roteirista junto a Globoplay, Multishow, rádio Piiatã Fm, entre outros.

Jhordan Matheus, é soteropolitano e conhecido como O Rasta! É ator e seu principal personagem foi o “Boa Vida” do Filme Capitães da Areia do saudoso Jorge Amado. Jhordan carrega com orgulho e bom humor sua história humilde. Nascido e criado na periferia, o humorista se inspira nas cenas e personagens deste espaço, Há 7 anos atua na cena do stand up comedy nacional. Nos últimos anos, o comediante acumula apresentações nos palcos de todos os estados do país junto, lotando as casas por onde passa.

Professor e comediante, Matheus Buente é muito conhecido por seu humor voltado a críticas sociais e por ser um excelente contador de casos. Seus textos fazem sucesso nos palcos e nas redes sociais, alguns deles por abordar temas históricos com muito humor e um coloquialismo na medida certa para levar o público no ritmo de seu pensamento: hilário e sagaz. Além das duas funções já citadas, também possui uma carreira como ator, tendo participado de diversos clipes musicais na Bahia – um deles vencedor de dois prêmios Caymmi – e interpretado o personagem Bolinho, do canal +1!Filmes.

Feira de Santana / 16 de março de 2023 - 12H 00m

Destaque no stand up comedy nacional, Jhordan Matheus se apresenta em Feira de Santana 

Destaque no stand up comedy nacional, sendo aplaudido nos maiores palcos do país, o comediante baiano Jhordan Matheus, se apresenta neste final de semana, em Feira de Santana e Vitória da Conquista, com seu show solo “Batenu Tenu”, que aborda de uma forma muito bem humorada, suas histórias da infância em Salvador, relacionamento familiar, dificuldades em fazer comédia, experiências sexuais e negritude.

A apresentação em Feira de Santana, acontece dia 18 de março (sábado), às 19h e 21h, no Centro Cultural Amélio Amorim. Os ingressos podem ser adquiridos no balcão de vendas do Shopping Boulevard e através do site Ingresso Digital. Em Vitória da Conquista, a apresentação acontece dia 19 de março (domingo), às 19h, no Centro de Convenções Divaldo Franco. Os ingressos podem ser adquiridos através do site da Sympla e na Banca Central.

Preto, rastafari e periférico, o artista carrega com muito orgulho suas origens soteropolitanas, e por todo canto onde passa representa todas as cores e nuances da Bahia de Todos os Santos. Foi destaque no cinema e no teatro, em 2015 começou sua carreira no stand up comedy, ficou conhecido pelo personagem Boa Vida, da elogiada adaptação da obra de Jorge Amado, Capitães de Areia.

Municípios / 12 de março de 2023 - 17H 21m

Prefeitura de Conceição da Feira anuncia Mari Fernandez e Thiago Aquino para São João 2023

Todo baiano raiz se amarra em um bom forró e sabe que o período junino é um dos melhores do ano. Faltando pouco mais de dois meses para o São João, a Prefeitura de Conceição da Feira segue em ritmo acelerado nos preparativos da festa.

Duas atrações de destaque já foram anunciadas apenas nesta semana. Uma delas é a cantora Mari Fernandez, que vem dominando o forró e o piseiro, passando dos cinco milhões de seguidores apenas no Instagram. Em 2021, ela terminou o ano com quatro canções entre as melhores do Spotify: “Parada Louca”, “Ficante Fiel”, “Não, Não Vou” e “Vazou um Áudio”.

Quem também está em alta e tem presença confirmada é o cantor Thiago Aquino. Depois de levar muita sofrência para o Carnaval de Salvador, agora é a vez do São João 2023, em Conceição da Feira. Recentemente ele gravou “Chá de Sumiço”, uma parceria com João Gomes. As atrações foram anunciadas pelo prefeito João de Furão no Instagram.

Tradição na Bahia, a festa promete atrair turistas de todo o interior do estado. Um deles é o Matheus Prates que, de forma bem humorada, contou já estar pronto para o arrasta-pé: “Já estou com a roupa de ir e o bate-volta Feira x Conceição do Jacuípe mais que garantido”, contou.

Ano passado, a festa junina aconteceu entre os dias 23 e 26 de junho. Na ocasião foi investida a importância de R$ 1,3 milhão para a realização, que trouxe nomes de peso da música nacional, a exemplo de Matheus e Kauan e Tarcísio do Acordeon

Feira de Santana / 23 de fevereiro de 2023 - 16H 50m

Comediantes baianos farão show gratuito em shopping de Feira de Santana

A Primeira edição do Clube de Comédia Boulevard, que acontece no dia 26 de fevereiro, vai trazer 3 nomes de peso da comédia baiana, para começar o projeto com o pé direito! Pra quem gosta de dar uma boa risada, com temas leves e do cotidiano, vai poder aproveitar as piadas de Matheus Buente, Tiago Banha e Daniel Ferreira, em apresentações gratuitas no palco montado especialmente para o projeto na praça de alimentação. As apresentações terão duas sessões, às 13h e às 18h.

Citado frequentemente pelos artistas globais, nas redes sociais e na televisão, Matheus Buente é um humorista e professor de História que se destacou como fonte de informação e diversão na quarentena; de lá pra cá, Matheus se tornou um dos principais nomes do stand-up baiano. Ele é sócio fundador dos projetos Vatapá Comedy Club e Bloco de Notas.

Comediante há 10 anos, Tiago Banha também atua como redator publicitário e roteirista, além de possuir vasta experiência e vivência em criação de conteúdo para internet. Em suas experiências profissionais, ele também se destaca como criador do perfil “Frases de Baiano” no Instagram com mais de 250 mil seguidores.

Daniel Ferreira, viralizou com paródias de vídeos da prefeitura de Salvador, criando uma cidade no multiverso chamada “Salvadou”, com vídeos inspirados nas publicidades da Prefeitura da capital. O ator e roteirista conseguiu se destacar nas redes sociais ao falar o que não é mostrado nas campanhas com um toque de humor tipicamente baiano.

Para o gerente de marketing do Boulevard, João Almeida, o projeto Clube de Comédia veio para ficar. “A proposta desse projeto é manter o Boulevard sempre conectado com o nosso público, criando oportunidades de lazer e entretenimento e que maneira seria melhor para proporcionar isso do que através do humor? A gente está muito otimista com este projeto, que tem tudo para se tornar mais um evento esperado por todos, a cada nova temporada”, conclui.

Feira de Santana / 06 de outubro de 2022 - 07H 34m

Sebrae divulga agenda de capacitações para outubro em Feira de Santana

Para marcar o mês em que se comemora o Dia Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dar continuidade à programação de capacitações do segundo semestre, o Sebrae em Feira de Santana apresenta suas principais atividades voltadas para diferentes perfis de negócios nas cidades atendidas pela regional. As inscrições para todas as capacitações são gratuitas e podem ser feitas através do link https://www.sympla.com.br/produtor/sebraefsa.

Ao todo, serão oferecidas mais de 1400 vagas distribuídas em 26 eventos programados para o mês. Serão realizados minicursos, palestras e oficinas de capacitação com as temáticas: controle financeiro, gestão e finanças, planejamento estratégico, crédito, precificação, marketing e vendas, neurociência e inteligência artificial, entre outros.

A programação terá destaque para a mega palestra “Venda de Centavos ou de Milhões? Um Caminho de Resultados”, de Thiago Careca, empresário fundador do Sanduba do Careca, que sempre aborda a sua experiência empresarial com bom humor e descontração. O evento será realizado no dia 28 de outubro, às 19h, no Hotel Ibis, em Feira de Santana. Thiago pretende mostrar caminhos para melhores resultados e motivação de equipe de trabalho, além de auxiliar no fortalecimento das estratégias para o sucesso das empresas.

Os interessados em obter mais informações sobre as soluções do Sebrae ou em participar das próximas capacitações e eventos podem entrar em contato com a instituição através do telefone 0800 570 0800 ou através do link https://www.sympla.com.br/produtor/sebraefsa

22 de setembro de 2022 - 16H 00m

Junior Chicó apresenta show de stand up comedy neste domingo em Feira de Santana

O comediante Junior Chicó vai apresentar o seu solo de stand-up comedy “Quebrando o armário” neste domingo (25), às 20h, no teatro da CDL, em Feira de Santana.
Os ingressos estão à venda a partir de R$ 35 (meia ou ingresso social) através do site Sympla. O show tem duração de 60 minutos e aborda, com humor, temas como a liberdade, vida pessoal, família, a importância de assumir sua sexualidade e sentir orgulho de ser quem é. O comediante conta durante a apresentação sobre os medos e cuidados que tinha antes de “quebrar o armário” e da reação de família e amigos após contar que era gay.
“Quero muito sentir a receptividade do povo feirense, esse show é a minha essência, é como eu sou e quero compartilhar minhas experiências com o público. Já ansioso para ver o público no teatro”, diz o comediante. Júnior Chicó tem cerca de 360 mil inscritos no Youtube e mais de 60 milhões de visualizações dos vídeos. A classificação indicativa do show é 16 anos.0

Feira de Santana / 16 de setembro de 2022 - 21H 51m

Menopausa é debatida por profissionais de saúde de Feira de Santana

A menopausa é uma nova fase da mulher, não o fim dos ciclos como muitas costumam acreditar; e qualidade de vida é fundamental também nesse período. Baseados nessa premissa, profissionais da saúde discutiram o tema “Menopausa: uma nova abordagem da mulher madura”, em uma live promovida pela ginecologista e obstetra Glauce Casaes, nesta sexta-feira (16).

Ancorados no pilar da medicina integrativa, a médica, o dermatologista Leonardo César, a nutricionista Andréa Calazans e a psicóloga Mariana Sobral, ressaltaram a importância de uma assistência ampla à mulher, tanto na transição menopausal (período de um ano até que a menstruação suspenda definitivamente) quanto na menopausa, para que ela viva essa fase da melhor forma possível.

“É importante desenvolver a consciência de que o acompanhamento é multidisciplinar. Há uma série de mudanças nesse período, como queda de hormônios, que refletem na perda de colágeno, vida sexual, questões psicológicas… tudo isso gera sofrimento e se as intervenções não forem feitas, a mulher vai continuar com essas dores”, destacou Glauce.

Andréa Calazans reforçou a interligação dos sintomas na menopausa e explicou por que questões relacionadas a outras áreas recaem também sobre a alimentação. “A diminuição da serotonina, por exemplo, gera compulsão por doce, melancolia”, disse, acrescentando que o autoconhecimento (muitas vezes adquirido ou ampliado durante as sessões de terapia) favorece o acompanhamento nutricional, que por sua vez, já reflete, dentre tantas outras questões, na melhoria da pele.

O dermatologista Leonardo César complementou a ideia de interligação das questões, alertando que fast food está entre os alimentos que provocam queda de colágeno, o que já é um dos sintomas incômodos da menopausa, por causar flacidez e aspecto de envelhecimento na pele. E a psicóloga Marianna frisou que alterações de humor, comuns na menopausa, influenciam muito na alimentação. Ela frisou também que infelizmente boa parte das mulheres não se dão conta da necessidade de busca de acompanhamento psicológico, assim como dos demais profissionais, para garantir qualidade de vida na menopausa.

De acordo com Glauce, é importante que a mulher esteja acompanhada por um profissional de saúde que possa orientá-la sobre a conduta mais adequada. “Existem muitas maneiras de tornar essa fase mais tranquila, sem comprometer a qualidade de vida e a disposição. As terapias hormonais, por exemplo, é uma delas. Mas é fundamental que o acompanhamento seja feito de maneira individualizada, respeitando a história e as particularidade de cada mulher”, destacou a ginecologista.

O intuito da live, segundo os profissionais, foi proporcionar informação para essas mulheres e fazer um alerta da importância de se cuidar. Em breve, outras lives serão realizadas para que a gente continue disseminando informações de saúde”, finalizou.

Interessados em ver mais detalhes do bate papo podem conferir a live na página da Notre Comunicação, Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=FAbTKmQEkTM).

Cultura / 24 de agosto de 2022 - 15H 35m

Promessa do trap será o primeiro cantor feirense a se apresentar no palco do Rock in Rio

Apontado por muitos como uma das grandes promessas do trap nacional, o cantor feirense Omni Black segue trilhando o caminho rumo ao sucesso. Morador do bairro da Queimadinha, em Feira de Santana, aos 21 anos, ele é uma das atrações confirmadas da nona edição do Festival Rock in Rio, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022.

Conhecido por ser dono de sucessos com mais de 1 milhão de vizualizações no Youtube como “Isso Aqui é Nordeste”,  Omni Black vai se apresentar junto com o humorista e cantor Whindersson Nunes no show “Lil Wind”, que também tem a participação dos músicos convidados Doode, Reid e Wiu. O show vai acontecer no dia 4 de setembro, no palco SuperNova.

No twitter, Omni desabafou a falta de reconhecimento em Feira de Santana, sua terra natal.  “Toda vez a msm história, o artista da CIDADE que tá fzd o bagulho acontecer, servindo de inspiração pra vários maninhos que tá começando o primeiro artista feirense a tocar no rock in rio  é o msm artista que é super desvalorizado quando o assunto é show na cidade. Mas vai da certo aliás já tá dando, aonde meu nome tem que chegar tá chegando ♥️ obrigado a todos meus fãs, amigos, conhecidos e todo mundo que me acompanham vocês são a minha força pra continuar”, escreveu.

Bahia / 28 de março de 2021 - 18H 57m

Secretário da Saúde da Bahia se desculpa com a classe artística após críticas no Twitter

Após solicitar mais engajamento de artistas e influenciadores digitais no combate a pandemia do coronavírus (Covid-19) em uma postagem no Twitter, o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, utilizou a mesma rede social para se desculpar com o segmento na tarde deste domingo (28). “Quero deixar claro meu total respeito e admiração pelo mundo artístico e cultural. São pessoas que muito contribuíram e contribuem com a sociedade e, neste momento, entendo que passam por um momento extremamente delicado em virtude da pandemia”, disse Vilas-Boas, ao complementar ainda que “se fui mal interpretado, peço desculpas. Nessa luta diária contra esse inimigo invisível, trabalhamos incansavelmente para salvar vidas, porém, infelizmente, cerca de 15 mil baianos morreram. Nesta batalha diária em prol da vida, busco a união e solidariedade de toda a sociedade. Juntos somos mais fortes”, finalizou o post. O secretário foi respondido por artistas como a cantora Ivete Sangalo e o humorista Danilo Gentili, que o criticaram pelas cobranças. Ivete escreveu: “Boa tarde, sr Secretário de saúde da Bahia Fábio Vilas Boas. Venho por meio dessa rede social, a qual o Sr utilizou para revelar o quanto pouco me conhece e o quanto pouco conhece a cerca da maneira que trabalho e da forma que realizo as atividades as quais me disponho! Não gosto de politicagem. Isso já está claro para todos que me acompanham. Cada um deve saber das suas responsabilidades Portanto, me respeite quando for falar ao meu respeito. Não me faça ensinar o seu trabalho , pois não permitirei que faça o meu Sem mais Ivete Sangalo Não o conheço . Me respeite!!. O Sr definitivamente desconhece os meus feitos. Aplique as suas impressões a ações que são da sua responsabilidade. Pratique isso com os seus, em busca de resultados para aqueles que o colocaram nessa posição, Trabalhe para o povo!”.  Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 2.956 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) e 2.993 recuperados (+0,4%). O boletim epidemiológico deste domingo (28) também registra 74 mortes. Dos 794.437 casos confirmados desde o início da pandemia, 763.504 já são considerados recuperados, 15.973 encontram-se ativos e 14.960 tiveram óbito confirmado.
Personagens de Feira / 10 de fevereiro de 2021 - 07H 00m

PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp

Por Rafael Velame

As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados. 

Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?

Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.

Onde foi criado em Feira, como foi a infância?

Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé. 

A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente. 

Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma. 

Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem. 

Por que foi pra São Paulo?

Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão. 

A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo. 

O que é o Sertãopunk?

O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk. 

A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião. 

Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro. 

Quais livros já publicou?

Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk. 

É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?

Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo. 

E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom. 

Como foi o processo de criação do Lago Aruá?

O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá. 

Você se define um escritor de que tipo?

Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense. 

Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai. 

Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo. 

Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….

Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço. 

Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo. 

Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?

O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional. 

Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje. 

Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz. 

É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?

É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado? 

Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado. 

Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.

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Feira de Santana / 24 de dezembro de 2020 - 16H 58m

Especial de Natal gravado em Feira de Santana estreia nesta quinta

Estreia nesta quinta-feira, 24 de dezembro às 21h no Youtube, um especial de Natal chamado “Os Sinais” da companhia de teatro musical Semeartcia. O curta tem duração de 15 minutos e foi gravado em formato cinematográfico com performances de música, dança e interpretação com a participação de um elenco feirense. A produção do filme ressalta que as gravações aconteceram com medidas de segurança, devido a pandemia. “Estávamos ansiosos para voltar aos palcos, mas como isso não foi possível decidimos produzir esse curta metragem para abrilhantar a noite de natal de todas as famílias nesses tempos difíceis”, afirma o diretor Tiago Rocha. A trama mostra a jornada dos três astrônomos muito atrapalhados que em busca do sinal que anuncia a chegada do menino Jesus encontram diversos obstáculos no caminho. A história é conduzida através de uma releitura, acontecendo nos dias atuais, especificamente no período da pandemia. Esse curta foi roteirizado e dirigido por Tiago Rocha, criador do filme “Porque Eu Te Amei”. “Os Sinais: é um especial de Natal para toda a família com humor, alegria, emoção e uma mensagem muito importante. Por isso, convidamos você e sua família para prestigiar mais um trabalho de qualidade, feito na nossa cidade. O filme ficará disponível no canal do Youtube da Semeartcia.

Opinião / 05 de dezembro de 2020 - 11H 14m

Reflexões e sequilhos de coco

*Por Daniele Britto

Foi difícil escolher um tema específico para o artigo deste sábado. Tantos fatos pertinentes a serem analisados e outras tantas reflexões entrelaçadas e necessárias. Porém, ao rascunhar sobre tudo o que queria escrever, mais uma vez visualizei que todas as temáticas estão fortemente relacionadas e que, talvez, o meu papel aqui seja só reunir tudo em um só lugar e mostrar que determinados problemas têm a mesma origem.

Primeiro, preciso fazer uma breve introdução sobre a minha forma de ver, compreender e formular resistências neste mundo. Meu olhar sempre vai partir das responsabilidades e ações do meu corpo-território (MIRANDA, 2014). Minhas insubmissões e passos encontram justificativa na minha subjetividade. As minhas percepções do mundo, portanto, são frutos de todas as minhas experiências e acúmulo de conhecimento que, vale ressaltar, são coisas bem diferentes.

O que você precisa saber, afinal? De forma mais do que resumida informo que estas linhas são escritas por uma mulher feminista, antirracista, anti-homotransfobia e que aprendeu a respeitar as encruzilhadas. Também gosto de caipirinha com açúcar e faço bolos horríveis mas, no momento, isso não é tão relevante.

Na última sexta-feira (04/12/20), uma matéria da revista eletrônica piauí (é com “p” minúsculo mesmo, tá?) revelou detalhes do assédio sexual sofrido pela atriz e humorista Daniella Giusti, a engraçadíssima e talentosa Dani Calabresa, bem como toda a cadeia de omissões da Rede Globo e de tanta gente que deveria agir de forma diversa. O assediador é o ator e roteirista Marcius Melhem, que segue contraditoriamente se desculpando e negando o fato.

Dani, minha xará, está recebendo o apoio de muita gente anônima e famosa. Isso é bom, isso é ótimo isso é necessário. Mas, preciso lançar uma provocação: será que se a denunciante fosse a Érica Januza ou a Pathy de Jesus, atrizes negras, o apoio e a repercussão seriam nos mesmos termos? Será também que o Marcius que estava alcançando uma ótima audiência seria demitido?

Trago, agora, outro fato que talvez não tenha ganhado tanta repercussão, mas que também considero institucionalmente grave: no último dia 1/12/2020, o colégio de presidentes de seccionais da OAB votou a proposta de paridade feminina nas eleições do órgão já para 2021. A ideia é que as mulheres ocupem 50% dos cargos de comando, já que atualmente não existe nenhuma mulher presidente de seccional no país.

Dos 27 presidentes, todos eles homens, 13 votaram a favor da paridade já em 2021 e os outros 13 defenderam que deveria existir um plebiscito com toda a advocacia para discutir a paridade. Um presidente se absteve de votar. O desempate, coube a outro homem, o presidente do Conselho Federal, Felipe Santa Cruz, que votou a favor da paridade já em 2021. A questão ainda será julgada no Conselho Federal da OAB.

Só uma observação: Dos 81 atuais conselheiros titulares, 61 são homens e 23 são mulheres. O medo da repercussão negativa – não a consciência – fez com que os presidentes que votaram contra mudassem o voto para constar que foi uma [falsa] decisão unânime.

Na mesma oportunidade, foi votada a inclusão imediata de cotas raciais nas eleições da OAB. A proposta apresentada pelos juristas foi de 30%, mas o percentual aprovado na eleição foi de apenas 15%. Disseram que este percentual será posteriormente reavaliado a partir de um censo da advocacia, sabe-se lá quando. Informação importante: apenas um dos conselheiros federais é autodeclarado negro e não há nenhuma mulher negra como presidente de seccional.
O próximo fato – e suas consequências – diz respeito às eleições municipais de 2020. Conforme a revista Gênero e Número, nenhuma capital brasileira elegeu uma mulher como prefeita. No segundo turno das eleições, mulheres disputavam a prefeitura em 20 cidades mas só se elegeram em sete. Destas 20 candidatas, apenas quatro eram negras e, destas quatro, apenas uma se elegeu: Suéllen Rosim, que nem tomou posse e já sofre violentos e públicos ataques racistas.
Em todo país temos apenas 658 prefeitas (13%), contra 4.800 prefeitos (87%), números que falam por si. Conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada em 2019, a população brasileira é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres.
Por último destaco falas recentes no Twitter do atual ministro da justiça, André Mendonça, que se qualifica nas redes sociais também como “Doutor em Direito Público e Pastor Presbiteriano”. Mendonça foi tentar “defender” a cantora evangélica Ana Paula Valadão que protagoniza como investigada um inquérito no MPF, por falas homotransfóbicas que associam a união entre pessoas do mesmo sexo à Aids.
Na defesa do indefensável, o ministro utiliza no seu texto o termo “homossexualismo”, retirado há 30 anos da classificação de doenças pela Organização Mundial de Saúde. Ressalto que estamos falando do ministro da Justiça.
Diante destes pequenos recortes que fizeram minha cabeça ferver nos últimos dias, pergunto: dá pra não ser feminista, antirracista e combatente da homotransfobia? A gente sabe que dá, mas eu optei por ser tudo isso e mais um pouquinho. Mereço aplausos? Nenhum.
Dia após dia estudo e trabalho para ser e ganhar aliades para estas lutas. A genial e necessária Lélia Gonzalez afirma que “emoção, a subjetividade e outras atribuições dadas ao nosso discurso não implicam na renúncia à razão, mas, ao contrário, num modo de torná-la mais concreta, mais humana e menos abstrata e/ou metafísica. Trata-se, no nosso caso, de uma outra razão”. Lélia e sua capacidade de nos revirar me traz fôlego, sempre.
Meu ”eu” informa que também adoro maniçoba, sequilhos de coco e que toda esta luta está longe de acabar.

*Daniele Britto
 Advogada e Jornalista – 
Mãe, feminista, antirracista e aliada na luta contra a homotransfobia
Pesquisadora no grupo Corpo-território Decolonial (Uefs)
Mestranda PPGE/Uefs

Feira de Santana / 29 de agosto de 2020 - 14H 42m

Domingo Tem Teatro estreia em formato online

Domingo Tem Teatro estreia em formato online
Foto: Nti Uirá

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

O Domingo Tem Teatro estreia a sua programação especial online neste domingo (30). A transmissão será feita pelas redes sociais da Cia. Cuca de Teatro com a exibição do espetáculo “O Circo de Um Homem Só com uma Plateia Só” do premiado Diretor, ator, palhaço, dramaturgo e roteirista João Lima.

O espetáculo reúne humor e versatilidade ao contar a história do palhaço Tiziu que decide realizar sozinho um espetáculo de circo completo, ele mesmo arma o circo e faz o apresentador, o mágico, o malabarista, a bandinha e tudo o que encanta no mundo circense, diversão garantida para toda a família.

O Domingo Tem Teatro, projeto idealizado e produzido desde 2005 pelos produtores da Cia. Cuca de Teatro, Henrique Motté (1963-2019) e Elizete Destéffani-Motté é pioneiro na Bahia e originalmente fruto da ação cultural voltada ao teatro para a infância e juventude em Feira de Santana.

Com a pandemia iniciada nas vésperas da estreia do projeto, em março, não foi possível realizar a programação agendada para a temporada do primeiro semestre.

De lá para cá a produção do Domingo Tem Teatro veio trabalhando no planejamento para a execução de apresentações do projeto na versão online, dentro dos parâmetros e orientações de segurança e cuidados determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e em consonância com os decretos do Estado e do Município.

A estreia do Domingo Tem Teatro Online é uma iniciativa pensada para manter o projeto em atividade no momento em que não se tem ainda uma previsão de retorno das atividades presenciais nos teatros.

SERVIÇO

O QUÊ: Domingo Tem Teatro Online
QUANDO: 30 de agosto / HORÁRIO: 10h30
ONDE: https://www.facebook.com/oficialciacucadeteatro/
https://www.youtube.com/user/CiaCucadeTeatro
ESPETÁCULO: “O Circo de Um Homem Só com Uma Plateia Só”
GRUPO: Núcleo Circo Único – Salvador – BA
CLASSIFICAÇÃO: Livre / DURAÇÃO: 40 minutos

Feira de Santana / 09 de julho de 2020 - 13H 56m

Cem anos de um Santo na terra

Dandara Barreto
e-mail: [email protected]

Se te perguntarem quais foram as coisas mais importantes que aconteceram nos últimos cem anos, certamente, você se lembrará do que os livros de História te contaram.

Em cem anos, o mundo viveu duas pandemias, uma guerra mundial, 21 copas do mundo. O rádio chegou ao Brasil, posteriormente, a televisão. A mulher conquistou o direito de votar. O Brasil sofreu um golpe militar e reconquistou a democracia. Veio o advento do computador, depois, o da internet. A tecnologia passou a estar na palma da mão.

A história contada tem muitas páginas. Mas, e a história vivida?

Corinto Alexandre Moura sabe bem como é. Ele está completando 100 anos. Conhece a sensação de ter vivido cada acontecimento citado e se lembra bem, afinal, lucidez não lhe falta.

Valquiria Moura, sua filha, criou um perfil no instagram e alimenta com vídeos cheios de memórias. Em um deles, Seu Santo contou que o que o marcou mesmo, foi a Segunda Guerra Mundial. A riqueza de detalhes e datas impressiona.

“Em primeiro de setembro de 1939, Adolf Hitler declarou a Segunda Guerra Mundial. Entrou a Rússia, os Estados Unidos e o Japão e durou até 1945. O General Mascarenhas de Moraes, comandante da Força Aérea Brasileira, com 12 aviões, que ganharam o nome de Cruzeiro do Sul, bombardeou a capital da Alemanha, Berlim, e venceu a Alemanha. Em 1948 eu estive doente e fui a Salvador me tratar e pude assistir, na Barra, o governador Otávio Mangabeira fazer uma demonstração de como foi o bombardeio. Ele botou uma quantidade de tonéis vazios, representando Berlim, e o general Magalhães levantou voo dos 12 aviões e fez um percurso de 3 quilômetros no ar e descarregou bombas artificiais em cima dos tonéis. Foi uma coisa fantástica. A Barra estava lotada e eu estava lá”, comemora.

Seu Santo, como é conhecido, esbanja simpatia e poesia. Adora criar e recitar versos. Vestido na sua roupa branca e com seu chapéu Panamá na cabeça, exibe o talento que tem com as palavras. Ele diz que não sabe ao certo o motivo de ter o apelido de Santo, mas desconfia:

“Acho que é por que eu era bondoso”.

Quando perguntado qual a receita de viver tanto, ele diz que se ela existisse, fazer 100 anos não seria tão raro. Religioso, para ele, o segredo da longevidade é o consentimento de Deus.

“Tá na cara que é Deus quem dá o consentimento. Não é por isso. Nem por aquilo, não. Eu fui uma pessoa que lutei muito na vida e cheguei nessa idade com muita ajuda. Houve crises também, mas eu venci”.

Seu Santo nasceu em 9 de julho de 1920, em Riachão do Jacuípe, cidade a 78 km de Feira. Na juventude, mudou-se para a cidade de Gavião, onde conheceu sua esposa, dona Odália, já falecida. Ele lembra que até se casar era muito namorador e vaidoso. “Eu botava a minha gravata, o meu paletó e ia para a frente do espelho e adaptava a frase do poeta Castro Alves: – “Tremei! Tremei, pais de família! Santo Moura vai sair”.

https://www.instagram.com/p/CBa5RKlge9I/?igshid=v4bwa2u4m3ee

Ainda hoje, a vaidade é uma característica forte em Seu Santo. E não é pra menos. Seu charme virou até um versinho pouco modesto.

“Santo Moura é charmoso, ninguém pode dizer que não. Santo Moura é charmoso em Feira e charmoso no saudoso Gavião”, recitou.

Ele conta que durante a juventude, trabalhou na roça e garantia o sustento dos seus muitos filhos com uma máquina de moer sisal.
Em 1974, trouxe seus filhos e esposa para Feira de Santana, para que eles pudessem estudar.
E obteve êxito. Todos tiveram acesso aos estudos e boa parte deles concluiu o ensino superior e até pós-doutorado (com título de verdade).

Sobre o momento que estamos vivendo, Seu Santo diz que o jeito é passar por tudo isso, mas conta que sente falta de ir no Centro de Abastecimento.

“Estou passando por esse momento aqui, sem fazer coisíssima nenhuma. Antes eu podia ir no Centro de Abastecimento passear, agora isso acabou, mas outro jeito não tem”, lamenta.

Os festejos do seu centenário foram antecipadamente planejados pelos seus 15 filhos (13 biológicos e 2 adotivos), 16 netos, 8 bisnetos e 2 tataranetos, mas, a pandemia do novo coronavírus, impediu que a família se reunisse para abraçá-lo. Mas, apenas a forma de comemorar mudou. 100 anos bem vividos não poderiam passar em branco. Ainda mais depois de ter vencido bravamente uma Chikungunya que contraiu há cerca de dois meses. A doença é conhecida pelas dores e limitações que costuma causar, mas, nem mesmo isso conseguiu impedir as comemorações.

A família decidiu celebrar a vida de Seu Santo do jeito que dá.
O dia começou com uma missa celebrada especialmente para ele e transmitida pela internet. Ao longo do dia, recebeu o carinho dos amigos e familiares, além de ter dado diversas entrevistas.

O discurso para o momento dos parabéns foi preparado e ensaiado por ele, semanas antes do grande dia e até hoje, foi mantido em segredo. Ele queria fazer surpresa para a família, mas antecipou um trechinho para a nossa reportagem. E adivinhem… É em forma de poesia.

“Hoje, 9 de julho, nesta maravilhosa data, eu botei a minha presença de fora, comemorando num espaço de várias horas e para voltar de novo, para comemorar 101 anos junto com a minha família e o povo em mais um ano de demora”.

A longevidade, a lucidez, o bom humor e a poesia de Seu Santo, são como um bálsamo em tempos tão difíceis como estes que estamos vivendo.
Ele superou e virou muitas páginas tristes da história. A lembrança, que muitas vezes traz dor, também traz aprendizado e esperança de que tudo passa e isso também passará.

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