Risadas sinceras e selfies opcionais para seu novo ano

Na última semana, li e sugeri aos meus amigos a leitura de um texto escrito por Nizan Guanaes, cujo título é “Meus maus conselhos para seu ano novo“. Se você não leu, recomendo que o faça antes de continuar a leitura desse. Depois, volte aqui.

O texto de Nizan me inspirou a voltar a escrever colunas. Apesar de teoricamente esse ser o meu ofício, nem lembro a última vez que fiz. Concordo com tudo que ele escreveu e preciso dizer – ou melhor, escrever- mais.

No ritmo acelerado deste mundo digital, onde cada momento é compartilhado e cada experiência é vivida através da tela do celular, há uma beleza perdida nas sutilezas da vida offline.

À medida que nos aproximamos do ano novo, convido todos a abraçarem um estilo de vida mais low profile em 2024, desligando-se do frenesi virtual e redescobrindo a magia dos momentos não registrados.

Nosso mundo está repleto de conexões virtuais, mas muitas vezes nos esquecemos da verdadeira essência da vida, que se desdobra nas interações face a face, nos sorrisos genuínos e no calor humano. Em 2024, vamos desacelerar; desconectar nossos dispositivos; curtir o show ao invés de filmar; apreciar a lua cheia ao invés de tentar fotografar; jantar sem precisar postar o prato; e nos conectar mais profundamente com o que realmente importa: as pessoas ao nosso redor.

A beleza está nos detalhes não filtrados, nas histórias que não precisam de curtidas para validar sua importância. Vamos nos perder em conversas reais, sentir a textura do papel ao virar as páginas de um livro e apreciar o pôr do sol sem a necessidade de uma legenda perfeita. O verdadeiro encanto está na simplicidade e é hora de abraçá-la em nossas vidas, antes que seja tarde demais.

Aqui até faço uma mea-culpa. Em 2023, fui cativado pelas miragens das redes sociais, perdendo-me em um emaranhado virtual que prometia conexões, mas muitas vezes deixava-me mais desconectado do que nunca. A preocupação com a imagem online obscurece a visão do que realmente importa.

Desafio todos a viverem mais offline em 2024, a deixarem de lado a necessidade constante de compartilhar cada conquista nas redes sociais. Envolvam-se em atividades que não precisam ser documentadas para serem significativas. Sejamos mais presentes, mais autênticos e mais conscientes de cada momento que a vida nos oferece, onde as risadas sejam sinceras e as selfies sejam opcionais.

Pode até ser paradoxal um jornalista nascido e criado na internet escrever isso. Mas esse não é um tratado contra internet; é um texto contra o excesso dela.

Vamos juntos criar memórias que não precisem de likes para serem inesquecíveis.