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TODO FEIRENSE / 24 de janeiro de 2021 - 09h 00m

Todo feirense sabe ler cantando: o ritmo do seu fim de semana, é aqui…”

Todo feirense sabe ler cantando: o ritmo do seu fim de semana, é aqui…”
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Por Maurício Borges*

Acabei de acordar, estou em um ano que não sei exatamente qual é. Consigo ouvir o rádio ligado e sintonizado na Nordeste FM. Tá passando o “Mesa de Bar”. São 10h da manhã e aquela música “Aí foi que o barraco desabou…” está entrando pela porta do meu quarto pra avisar que hoje é sábado! É dia de faxina. Minha Tia Déa tá dando aquele grau na sala agora. Dá pra sentir o cheiro do óleo de peroba sambando pela casa inteira.

Eu amo ouvir música! Lembro que antes de ganhar o meu primeiro mp3 eu ia pra todo canto com aquele rádio portátil AM/FM com lanterninha, lembra?

Entre 2000 e 2004 eu ia pra escola com meu avô e meus primos. Seu Altino já entrava na caminhonete falando “aliga aí no Dirto”. Dirto Cotinho. Lembro que, às vezes, quando o locutor dava uma pausa das notícias, entrava uma voz falando “Sete horas e quarenta e cinco minutos” – Aí uma outra voz dizia: REPITA! E então todo mundo no carro repetia em coro: “Sete e quarenta e cinco.” Confesso que tinha um momento na rádio AM que amo até hoje: os jingles. Do nada começava um “Aqui Acolá todas as delícias para experimentar…” ou “Luciano Bastos ajuda, você a economizar…” e tinha também aquele: “EB é bom demais, EB é bem melhor… EB tudo em ferro pra você.” Que momento!

A minha relação com o rádio começou nas faxinas em casa com minha tia Déa. Nessa época fui entrando em sintonia com um repertório musical de dar inveja a qualquer banda gringa. Descobri o Lairton e seus teclados, Asas Livres, Araketu, Magníficos, Leandro e Leonardo, Calcinha Preta, Joelma, Alexandre Pires, Grupo Revelação… Clássicos atemporais com hits que sempre marcam presença no Karaokê do Irmãos Coragem e no Karaobar.

Hoje em dia o frisson do momento é pedir música na Alexa (a assistente virtual da Amazon), mas nada se compara à emoção de ligar na Princesa FM e falar: “Eu quero pedir pra tocar ‘Vira-Vira’ dos Mamonas Assassinas. E também quero mandar um beijo pra minha mãe. Pronto! Minutos depois você encontrava uma vizinha na rua que falava: “Eu ouvi você no rádio”. Na verdade, pedir música na rádio era só um pretexto pra deixar um recado pra alguém. Um recado, uma indireta, uma declaração de amor… Que saudade! Alexa, tem como voltar no tempo?

Maurício Borges é feirense, redator publicitário e apaixonado por crônicas. Escreve para o Blog do Velame aos domingos.

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